Na época, Rogério Marinho, o secretário especial de
Previdência
e Trabalho, afirmou que a medida foi necessária em razão de
ativismo judicial. (Foto: Marcelo Camargo)
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A
MP (medida provisória) que institui a cobrança de contribuição sindical
por boleto deverá caducar até sexta-feira (28). O Ministério da Economia
afirmou que enviará projeto de lei ao Congresso para resgatar a proposta.
O
presidente Jair Bolsonaro editou a medida no dia 1º de março. Após 120 dias
tramitação, o texto, que tem força de lei, perderá a validade.
Uma
comissão com deputados e senadores foi instalada, mas esvaziada por um acordo
de líderes. Não houve a eleição do presidente nem a indicação de um
relator.
A
intenção da MP, segundo o governo, era deixar claro que qualquer taxa deve ser
paga pelo trabalhador de forma voluntária, expressa e por escrito.
Na
época, o secretário especial de Previdência e Trabalho, Rogério Marinho,
afirmou que a medida foi necessária em razão de ativismo judicial, que autoriza o
desconto de contribuições aprovadas em assembleias.
Com
a reforma trabalhista do governo Michel Temer, relatada por Marinho, o imposto
sindical deixou de ser obrigatório. O Supremo Tribunal Federal (STF) afirmou
que o fim da cobrança é constitucional.
Questionado
sobre a paralisia da tramitação da MP, o ministério chefiado por Paulo Guedes
afirmou, por meio de nota, que o Congresso "é soberano em suas
decisões".
"Como
não houve análise do mérito, oportunamente o governo enviará projeto de lei
retomando o tema para que o Congresso Nacional possa apreciar o mérito da
questão", disse a pasta.
Um
dos articuladores contra a MP no Congresso, o deputado Orlando Silva (PCdoB-SP)
disse duvidar da apresentação da mesma proposta. "Isso fica a cargo do
governo, mas não creio que se viabilize".
Segundo
ele, a MP não avançou porque, após o acordo, os membros indicados à
comissão abandonaram o colegiado. "Os integrantes se retiraram
quando compreenderam que era uma provocação. Essa MP é uma provocação feita
pelo governo aos sindicatos, tentando inibir a atividade dos sindicatos",
afirmou Silva. "Ela não será votada".
O
deputado Paulinho da Força (SD-SP) também atuou contra a MP enviada por
Bolsonaro e Guedes ao Congresso. Assim como Silva, ele afirmou que boleto
bancário está em desuso. O texto prevê "outro meio equivalente". Diário do Nordeste
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