Demonstrando
irritação, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) encerrou uma entrevista
nesta sexta-feira (26) depois de chamar de "idiota" pergunta
feita pela Folha de S.Paulo sobre uso de um helicóptero da FAB (Força
Aérea Brasileira) por seus familiares.
"Com
licença, estou numa solenidade militar, tem familiares meus aqui, eu prefiro
vê-los do que responder uma pergunta idiota para você. Tá respondido?
Próxima pergunta", disse, interrompendo a pergunta antes mesmo de sua
conclusão.
"Eu
vou falar de Brasil e de Goiás. Eu já sei a sua pergunta", disse.
Bolsonaro
também não quis responder a outro repórter sobre os motivos pelos quais decidiu
não comentar o caso. Ele então deu as costas e encerrou a entrevista em
menos de um minuto.
Um
helicóptero da Presidência da República foi usado em maio para transportar
convidados para o casamento do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP),
filho do presidente, no Rio de Janeiro. O governo alegou "razões de
segurança" para autorizar o voo.
Vídeos
da ocasião foram divulgados em redes sociais por um sobrinho do
presidente, Osvaldo Campos Bolsonaro. A informação foi revelada nesta sexta
pelo site G1.
De
carro, o trajeto tem cerca de 35 km e levaria 35 minutos. Segundo o site, foram
14 minutos de voo na aeronave da FAB.
Nas
imagens que foram publicadas, é possível ver que o grupo de aproximadamente dez
pessoas chegou de van à pista de embarque. No veículo estavam irmãs de
Bolsonaro e o deputado federal Helio Lopes (PSL-RJ), o Helio Negão, amigo do
presidente.
Em
nota, o GSI (Gabinete de Segurança Institucional) informou que, pela lei, é
"responsável por zelar pela segurança do presidente e
vice-presidente da República, bem como de seus familiares".
"Por
razões de segurança, o coordenador de segurança de área neste evento, exercendo
competências contidas no decreto nº 4.332, de 12 de agosto de 2002, decidiu que
o presidente da República e familiares fossem transportados em helicópteros da
Força Aérea Brasileira", afirmou a pasta.
Segundo
o GSI, o procedimento adotado foi justificável e seguiu, "na íntegra, a
legislação vigente".
A
entrevista foi interrompida ao fim de uma cerimônia em comemoração ao 161º
Aniversário da Polícia Militar de Goiás e formatura da 45ª turma de aspirantes
da PM.
Entre
os formandos está Luiz Paulo Leite Bolsonaro, que é sobrinho do presidente.
Ele recebeu das mãos do tio a condecoração por ter ficado em terceiro lugar no
curso de formação.
O
presidente passou a sexta-feira (26) em Goiás, onde teve duas agendas
reservadas antes de comparecer à formatura do sobrinho. Esta é a terceira vez
que Bolsonaro visita o estado em seis meses de governo. Ele tem uma nova viagem
ao estado prevista para a próxima quarta-feira (31).
Bolsonaro
desembarcou em Goianápolis, na região metropolitana de Goiânia, às 11h31 para
almoçar na Fazenda Esperança, do cantor sertanejo Amado Batista. O
compromisso não constava inicialmente na agenda oficial e foi inserido apenas
às 12h01, 30 minutos depois da chegada ao local.
Apoiador
de Bolsonaro, o cantor preparou uma estrutura com tendas brancas para receber o
presidente e ofereceu churrasco, um dos pratos preferidos dele.
Ao
deixar o Palácio da Alvorada em Brasília, pela manhã, o presidente se
vangloriou do compromisso ao falar com apoiadores.
"Almoço
com Amado Batista daqui a pouco. Não é para qualquer um não, hein?"
A
comitiva presidencial contou com autoridades como o deputado Hélio Lopes
(PSL-RJ), o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM), e o ministro Fernando
Azevedo (Defesa).
Depois
do almoço com Amado Batista, Bolsonaro passou quase 6h no Comando de Operações
Especiais do Exército em uma agenda fechada à imprensa e ao público.
Durante
a visita, o presidente voou no simulador de queda livre, visitou local de
tiros e assistiu a saltos de paraquedistas.
Das
três agendas, apenas a formatura da PM foi aberta à imprensa. O presidente fez
todos os deslocamentos em Goiás no mesmo helicóptero em que voou de Brasília a
Goiânia. Folhapress
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