Sonhar
não há limite. É gratuito. A transformação do imaginário em realidade é que
requer sacrifícios. Acreditando que poderia ser campeão mundial de Jiu-Jitsu, o
brasileiro Gabriel Bona, de 16 anos, vendeu biscoitos nas ruas para comprar uma
passagem até a Califórnia, nos EUA, disputou a competição e conquistou o
título juvenil na categoria peso pesado.
Filho
de pais separados e morador do bairro Camorim, no Rio de Janeiro, o jovem tinha
a rotina dividida entre os treinos, a escola e o sinal. Ainda cursando o 1º ano
do ensino médio, o atleta revelou que a preparação foi difícil porque não podia
se dedicar exclusivamente ao treinamento.
"A
ideia de vender biscoitos surgiu após eu perceber que não poderia viajar para
as competições internacionais sem dinheiro. Não tinha outra opção, meus pais
não tem condições de bancar. Eles também não permitiram que eu parasse de
estudar para trabalhar. Então, foi o jeito", contou ao jornal O GLOBO.
A
meta era R$ 6 mil. Comprando os biscoitos em outro bairro por R$ 15, Gabriel
revendia por R$ 30 e se dedicava mais de 14 horas por semana para comercializar
o produto. Além do cansaço, o sacrifício tinha outro preço: distância da
família.
"Descanso
muito pouco, não tenho tempo para me divertir com os meus amigos, mas sei que
são sacrifícios necessários para realização de um objetivo. Meus pais me
apoiam, mas ficam chateados pois eu tenho pouquíssimo tempo com eles. Fico fora
de casa o dia inteiro e eles trabalham muito, às vezes nem nos encontramos
durante o dia", revelou.
Com
novo o título nos Estados Unidos, Gabriel apresenta no currículo um
bicampeonato sul-americano e pódio no brasileiro da categoria. O novo objetivo
é o torneio de Nova Iorque, em setembro, pelo Pan-Americano Nogi. Sem
patrocínios, a expectativa agora é obter R$ 10 mil para custear as despesas.
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