Por Alexandre Lucas
Os Centros Culturais do Banco do Nordeste são
importantes instrumentos para o processo de democratização estética, artística
e literária. Essa acessibilidade possibilita ampliar o repertório e a
descoberta da diversidade e pluralidade da produção humana nas várias
linguagens artísticas dentro de uma dimensão local e global. O CCBNB são
escolas de alfabetização do simbólico e de cidadania, de instigamento da
criatividade, da afetividade, de descoberta e reflexão da realidade.
Os Centros Culturais também cumprem um papel de
aproximar pessoas e potencializar iniciativas, de promover o intercâmbio e dar
visibilidade aos pensares e fazeres contemporâneos, acadêmicos e populares.
A formação de plateia joga papel fundamental nos
Centros Culturais e possibilita que os circuitos das artes sejam fortalecidos e
ganhe elasticidade, bem como estende o acesso às camadas populares, excluídas economicamente
e, por conseguinte, ficam à margem da circulação da diversidade simbólica da
humanidade.
Os Centros Culturais potencializam a cadeia da
Economia da Cultura, além dos produtores e artistas que recebem cachês pelos
seus trabalhos. Um grande número de segmentos se beneficia: os serviços de
transporte e hotelaria, comércio local e profissionais de várias áreas como
carpinteiros, costureiras, eletricistas, designer, jornalistas, pintores, etc.
A Economia da Cultura gera renda e emprego, movimenta, portanto, o
desenvolvimento local e é um investimento que combate a cultura do ódio e da
violência.
Pegando como recorte, o exemplo do Centro Cultural
do Banco do Nordeste, em Juazeiro do Norte (CE), vamos ter um demonstrativo da
importância da manutenção e ampliação destes equipamentos como vetores de
desenvolvimento humano e econômico. A cada ano no CCBNB de Juazeiro do Norte
são realizadas cerca 48 contações de histórias, 48 apresentações teatrais 48
shows musicais, 24 oficinas de formação artística infantis, 24 oficinas de
formação artística para jovens e adultos, 144 exibições cinematográficas, 24
apresentações dos grupos da tradição popular, 12 atividades no campo da
literatura, 18 exposições, além de parcerias com instituições públicas e da
sociedade civil. Totaliza, aproximadamente, 400 atividades artísticas e
literárias durante o ano. Envolve, diretamente, mais de 2.000 pessoas com
pagamento e rateamento de cachês. A ação do CCBNB se estende para
além do Juazeiro do Norte e tece sua teia nas cidades Crato, Caririaçu, Nova
Olinda, Barbalha, Missão Velha e Brejo Santo.
O setor financeiro, apresenta sempre dados que não
maculam prejuízos, pela sua característica de acumulação do capital, que não
passa pelo setor produtivo, o Banco do Nordeste, se enquadra neste perfil, mas
do que isso, deve ter um braço fincado no desenvolvimento dos territórios do
Nordeste. O ataque ao funcionamento com o anúncio de cortes aos CCBNB é
preocupante e se alinha o discurso de desmonte das políticas culturais do atual
governo federal. Portanto, a luta pela permanência dos
CCBNBs, a manutenção e a ampliação de recursos se faz necessária para
defesa do patrimônio material e imaterial do nosso povo, pela
democracia estética, artística e literária e o fomento da economia da cultura.
É hora de ampliar as forças e mobilizar parlamentares e gestores públicos e a
ciranda dos saberes e fazeres das linguagens artísticas, da produção cultural e
da pesquisa.
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