Igreja do Rosário, em Itaguá (Foto: Junior Moreno) |
A
exumação dos restos mortais de Bárbara Pereira de Alencar, que seria realizada
nessa quinta-feira, 25, foi adiada indefinidamente após um grupo de
moradores do município de Campos Sales realizar um protesto pedindo para
que a intervenção não fosse feita. A ação seria realizada por comissão de
cientistas, estudiosos e da Perícia Forense.
Os
moradores temiam que, com a exumação, os restos mortais fossem retirados do
Município, distribuídos para estudos nas cidades de Juazeiro do Norte e Crato,
e, com isso, não retornassem mais para a Igreja do Rosário, em Itaguá, local
onde o corpo foi enterrado originalmente. Outra preocupação era como a obra
afetaria as estruturas da igreja, que é um dos patrimônios do Município.
De
acordo com o radialista Dan Silveira, a população não teve a confirmação por
parte dos estudiosos sobre em qual local seria feita a reconstituição dos
restos mortais. “Os moradores se revoltaram e pediram para que fosse cancelada
essa ação", conta.
Heitor
Feitosa, advogado e presidente do Instituto Cultural do Cariri, ponderou que
uma pequena parcela dos moradores não entendeu o objetivo dos pesquisadores.
Ele explica que a intenção era apenas científica, com a produção de material
fotográfico e audiovisual para a reconstituição da verdadeira face de Bárbara
de Alencar, que havia sido retratada apenas por pinturas de Oscar Alencar.
Com
a negativa de parte da população, o advogado fala que não tem previsão
para retornar e realizar a exumação. Além da necessidade de retomar o diálogo
com os moradores e as autoridades da cidade, é preciso alinhar a agenda com os
pesquisadores que integrariam a equipe. Um deles é o também cearense José Luís
Lira, que já realizou trabalhos semelhantes, como a recomposição do imperador
Dom Pedro I e de Santa Maria Madalena.
A
exumação estava prevista e foi autorizada em uma sessão extraordinária da
Câmara Municipal. Segundo Feitosa, apenas três vereadores discordaram do
projeto, seguindo as manifestações de recusa de parte da população. Além dos
vereadores, o procedimento também teria sido autorizado pela família da
escritora e o bispo da diocese em que os restos mortais estão guardados.
José
Solano Feitosa, vereador de Campo Sales, afirma que a população teve dúvidas
acerca do que aconteceria após divulgação “irresponsável” de um vídeo que
circulou nas redes sociais falando sobre a exumação. Com o acontecimento, o
pároco da igreja pediu que o procedimento fosse adiado até que a população
estivesse esclarecida, ainda que considerasse uma iniciativa de grande valia
histórica. Um grupo de vereadores, com a presença de Heitor Feitosa, também
decidiu, em sessão “informal”, pelo adiamento. O Povo
Nenhum comentário:
Postar um comentário