Os
trabalhadores dos Correios anunciaram que entrarão em greve a partir da noite
desta quarta-feira, 31. Segundo a Federação Nacional dos Trabalhadores em
Empresas de Correios e Telégrafos e Similares (Fentect), a categoria realiza na
manhã desta terça-feira, 30, a última reunião prevista no calendário de
negociação com os Correios, em Brasília.
De
acordo com Fischer Moreira, secretário de imprensa da Fentect, a categoria
protesta contra o baixo "reajuste salarial e contra a retirada de direitos
históricos da categoria". Uma das alterações propostas pela empresa é a
exclusão de pais como dependentes no plano de saúde dos funcionários e aumento
na coparticipação do plano, que hoje está por volta de 30%. O reajuste salarial
proposto é de 0,8%, valor considerado irrisório pela federação.
A
greve foi anunciada ao presidente dos Correios, Floriano Peixoto, na última
segunda, 29. Apesar do indicativo de paralisação, os trabalhadores não
descartam novas negociações. "Ainda que tenha uma data marcada para greve,
o comando continua a disposição de negociar. Entendemos o momento da empresa,
mas é necessário também ver o lado do trabalhador", afirma Moreira.
Os
Correios estão em meio a uma possibilidade de privatização, defendida pelo
presidente Jair
Bolsonaro. Os planos do governo, por enquanto, são de investir
esforços na reforma da
Previdência, enquanto as privatizações ficariam para um segundo
momento. Fischer Moreira alega que a base aliada do governo no Congresso
Nacional, como a deputada Joice Hasselmann (PSL-SP), divulga informações sobre
a empresa que "faltam com a verdade".
"Não
necessariamente a privatização vai trazer preços mais acessíveis, inclusive
para regiões periféricas, e a precarização de serviços vai ser ampliada. A
gente sabe que existe esse fantasma da privatização e combate essa
perspectiva", diz.
Os
Correios afirmaram que "continuam em negociação com representações dos
empregados", com mediação do Tribunal Superior do Trabalho, e que
"não é oportuno tratar de greve neste momento". Estadão
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