Um
grupo de criminosos roubou cerca 720 kg
de ouro - cujo valor estimado supera R$ 120 milhões - de
uma empresa de transporte de
valores no interior do aeroporto de Guarulhos (Grande SP), em
uma ação inédita na tarde desta quinta-feira (25). O bando estava disfarçado de
policiais federais e usou, inclusive, viaturas clonadas.
Segundo
informações da Polícia Civil e da Polícia Militar, os criminosos fizeram refém a família de um funcionário da
empresa que, sob ameaça, teria ajudado na operação dos bandidos. Mesmo armados
com fuzil e pistolas, não precisaram realizar nenhum disparo.
Procurada
pela reportagem, a empresa Brinks afirmou
que "está colaborando com as autoridades competentes para apuração do
ocorrido", mas não deu outras informações. Não está claro ainda a quem
pertencia a carga.
Segundo
imagens obtidas pela reportagem, toda a ação dentro do terminal durou cerca
de 2 minutos e 30 segundos.
Para agilizar, os criminosos utilizaram os funcionários do terminal e uma
empilhadeira para transferir a carga para dentro de uma das caminhonetes
utilizadas no roubo.
As
duas caminhonetes utilizadas no roubo foram abandonadas no final da tarde em um
terreno na zona leste da capital. Todos os reféns, segundo a polícia, foram
libertados e prestaram depoimento no Deic (Departamento Estadual de
Investigações Criminais) na noite desta quinta. Representantes da Brinks também
prestaram esclarecimentos. A polícia tenta localizar os veículos e os bandidos,
que ainda estão em fuga. Policiais civis, militares e da Polícia Rodoviária
Federal participam da operação.
De
acordo com a concessionária responsável pelo Aeroporto Internacional de São
Paulo, em Guarulhos, a GRU Airport, o roubo ocorreu por volta das 14h30, no
armazém de exportação do Terminal de Cargas.
Ainda
segundo a empresa, oito homens armados, a bordo de dois veículos simulando
viaturas da Polícia Federal, entraram no armazém, abordaram os agentes do
Terminal de Cargas e levaram 750 kg de metais preciosos, incluindo os 720 kg de ouro, que
seguiriam para Zurique e Nova York. Não houve feridos.
A
GRU Airport informou, por fim, que não foi prejudicada a operação de embarque e
desembarque do aeroporto. "A ação está sendo investigada por todas as
autoridades de polícia em atuação no aeroporto. Mais informações serão
divulgadas conforme as conclusões."
Viaturas
clonadas
As
viaturas caracterizadas como sendo da Polícia Federal foram abandonadas dentro
de um depósito em uma rua da região do Jardim Pantanal, zona leste, que fica a
cerca de 12 quilômetros do aeroporto. Foi nesse terreno que os bandidos fizeram
o transbordo dos metais preciosos roubados para outras duas caminhonetes, de
cor branca, e fugiram para o interior do estado. As viaturas clonadas passaram
por perícia e foram enviadas ao pátio da polícia.
Alguns
moradores que viram a chegada dos criminosos afirmam que a ação foi discreta.
Um morador da rua disse que, do alto de uma casa, viu os criminosos
descarregarem veículos. "Estavam encapuzados e armados até os dentes. Foi
rápido, depois deixaram o refém e já era." O dono e os funcionários do
galpão onde o ouro foi transferido foram levados ao Deic para prestar
depoimento -eles são tratados como testemunhas.
À
reportagem, um funcionário do terreno disse que tinha saído do local quando os
bandidos chegaram.
Atraídos
pela presença da polícia, curiosos cercaram o local, o que levou a polícia a
disparar algumas bombas sonoras para afastar a população. Após a polícia sair
do local, os donos do imóvel tentavam expulsar moradores que queriam pular o
muro para procurar ouro. Folhapress
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