Durante a quadro chuvosa, 500 famílias residentes no entorno da barragem Granjeiro, em Ubajara, na Região da Ibiapaba, foram afetadas pela ameaçava de rompimento da estrutura |
O
robusto volume pluviométrico registrado ao longo da quadra chuvosa deste ano
(fevereiro a maio) expôs um cenário preocupante entre os reservatórios
cearenses. Muitos deles apresentaram falhas estruturais e estiveram sob o risco
iminente de rompimento acarretando, inclusive, a evacuação de milhares de
pessoas no interior, como ocorrera com 500 famílias residentes no entorno da
barragem Granjeiro, em Ubajara, na Região da Ibiapaba, que ameaçava romper.
Diante
desta conjuntura, a Agência Nacional de Águas (ANA) divulgou relatório
apontando que oito açudes estavam em situação de risco considerado alto. Todos
eles, no entanto, tiveram, neste segundo semestre, as obras de reparo
iniciadas. Segundo justificou a Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos
(Cogerh), os trabalhos não foram realizados no semestre passado devido à alta
incidência das chuvas. "A manutenção anual dos reservatórios é feita
através de inspeção in loco e sempre após a quadra chuvosa", destacou o
diretor de Operações da Cogerh, Bruno Rebouças.
Atualmente,
está em curso o processo de recuperação nas barragens Cupim, Barra Velha e
Colina, na bacia hidrográfica dos Sertões de Crateús; Brôco e Monte Belo, na
bacia do Alto Jaguaribe; Cipoada, na bacia do Banabuiú; além dos açudes
Tijuquinha e Pacajus, da Região Metropolitana de Fortaleza (RMF). O
investimento total está orçado em R$ 3,5 milhões.
Além
da recuperação dos açudes, Bruno ressalta que "estão sendo feitas
inspeções regulares para detectar possíveis anomalias e aplicar as medidas
preventivas" necessárias nos demais reservatórios apontados pela ANA com
alguma ameaça de rompimento - 19 açudes constam com risco médio, segundo
relatório.
A
previsão é de que as obras sejam concluídas até fevereiro de 2020. Até lá,
Rebouças atesta que os açudes onde foi detectada a necessidade dos serviços,
estarão em condições adequadas para atravessar a próxima quadra chuvosa.
Reservatórios
federais
Quanto
aos açudes administrados pelo Departamento Nacional de Obras Contra a Seca
(Dnocs), 14 também estão em obras: Edson Queiroz, em Santa Quitéria; Realejo,
em Crateús; Farias de Sousa, em Nova Russas; Araras, em Varjota; Santo Antônio
de Aracatiaçu, Patos, Cachoeira e Ayres de Sousa, todos em Sobral; Forquilha no
município homônimo; São Pedro de Timbaúba, em Miraíma; São Vicente, em Santana
do Acaraú; Tucunduba, em Senador Sá; Várzea da Volta, em Moraújo e Lima Campos,
em Icó.
Todos
em processo de recuperação e modernização. Além destes, o Dnocs ainda emitiu
ordens de serviço para o Forquilha II, Trici, Várzea do Boi e Favelas, todos em
Tauá; o Serafim Dias, em Mombaça; Trussu, em Iguatu; Thomás Osterne no Crato; e
o Açude Gomes em Mauriti. Outros oito reservatórios devem ter obras licitadas
ainda neste ano.
O
Castanhão, maior reservatório cearense, responsável por abastecer parte da RMF,
está, segundo o Dnocs, "em condições ideais para receber as águas da
Transposição do Rio São Francisco", que devem chegar ao Açude em meados de
março do próximo ano, isto se mantido o prazo estipulado pelo Ministério do Desenvolvimento
Regional de início do bombeamento das águas de Pernambuco para Jati, no Ceará,
previsto para o próximo dia 30.
Já
a terceira maior barragem do Ceará, o Arrojado Lisboa, em Banabuiú, vai passar
por melhorias após duas décadas. O processo de licitação das obras está em fase
de conclusão. A previsão orçamentária de investimento gira em torno de R$ 24
milhões. Diário do
Nordeste
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