segunda-feira, 26 de agosto de 2019

Canonização do cearense dom Hélder Câmara entrará em nova fase no Vaticano após 20 anos de sua morte


O processo para canonização do cearense dom Helder Pessoa Câmara entrará em nova etapa no próximo dia 5, no Vaticano. Na chamada “fase romana”, a Igreja nomeará um relator e determinará que duas comissões preparem dois trabalhos: um minucioso perfil biográfico e uma defesa argumentativa de suas virtudes.

Conhecido por sua atuação em defesa dos direitos humanos durante a ditadura militar, o líder religioso teve o processo aberto oficialmente em fevereiro de 2015, nove meses após a Arquidiocese de Olinda e Recife solicitar a questão à cúpula da Igreja. A morte do cearense, com forte atuação em Pernambuco, faz 20 anos nesta terça-feira, 27.

O material preparado na primeira fase do processo, liderado pelo frei Jociel Gomes, ouviu 54 pessoas e montou um dossiê de 197 páginas. Após a fase romana, o papa declara que ele é um venerável e é preciso a comprovação de milagres: um para ser beatificado e dois para ser canonizado, como aconteceu com a freira baiana Irmã Dulce, primeira mulher brasileira que se tornará santa em outubro deste ano.

Com formação no Seminário da Prainha, em Fortaleza, Dom Helder se mudou para o estado de Pernambuco aos 30 anos, onde atuou como arcebispo de Recife e Olinda. “A grande característica dele foi tratar a todos igualmente, ele recebia moradores de rua e chefes de estado da mesma forma”, lembra Antônio Carlos Maranhão, presidente do Instituto Dom Helder Câmara (IDHeC).

Antônio Carlos tem convicção de que o processo ocorrerá sem problemas, tratando-se apenas de uma formalidade da Igreja. “Todos que conviveram com ele o consideram um santo, por toda sua forma de agir. Todas as informações foram dadas, mais de 50 entrevistas acumularam o material suficiente para ter todas as informações”, garante.                O Povo

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