sábado, 24 de agosto de 2019

Ceará preserva apenas 7,4% de toda a Mata Atlântica que já teve, mas é o estado que menos desmata


(Foto: Nilton Alves)
O predomínio é da Caatinga, mas a Mata Atlântica também é um bioma importante para a diversidade do Ceará. Apesar disso, o estado tem preservados, atualmente, apenas 7% de toda a cobertura da floresta que já teve, o correspondente a cerca de 64 mil hectares (ha) de mata. Os dados são da Fundação SOS Mata Atlântica e do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

O Ceará é um dos 17 estados que ainda possuem o bioma no Brasil, se destacando como o que apresenta menor índice de desflorestamento. Entre 2017 e 2018, o estado perdeu sete hectares do bioma, número considerado tão pequeno diante da extensão territorial que, conforme o relatório elaborado pela fundação, o trecho cearense da floresta está em nível zero de desmatamento. Entre 2014 e 2017, foram 17 hectares perdidos.

De acordo com a Secretaria do Meio Ambiente do Ceará (Sema), 67 municípios registram presença da mata, em regiões como Chapada do Araripe, Litoral, Serras da Ibiapaba, de Aratanha, de Baturité e de Maranguape, por exemplo. Na capital, um dos pontos que têm resquícios da floresta é o Parque Estadual do Cocó.

“O conceito de Mata Atlântica, hoje, não é composto apenas das florestas de serras úmidas, como Maciço de Baturité, Araripe e Ibiapaba, mas também dos tabuleiros litorâneos e mangues, como no Cocó. Apesar disso, nossa preocupação em relação à região serrana é muito grande, porque as serras são muito demandadas por atividades econômicas, como turismo e carcinicultura”, avalia o secretário do Meio Ambiente, Artur Bruno.

Fiscalização
O titular da Sema aponta que o principal desafio para a preservação do que resta de Mata Atlântica no Ceará é a fiscalização dos crimes ambientais. “Não é fácil, porque são muitas demandas, e há áreas que não são protegidas. Os municípios precisam fiscalizar, e temos estimulado a aderirem a essa tarefa. Porque a Semace (Superintendência Estadual do Meio Ambiente) não tem condição de abarcar nossos 184 municípios. De setembro a dezembro, por exemplo, é o período de mais queimadas. Temos conseguido avanços importantes, mas com dificuldade”, lamenta Artur Bruno.       G1 CE

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