Conforme documento da Central de Regulação de Vagas, das 18 unidades para jovens infratores no Ceará, 10 estão superlotadas. (Foto: JL Rosa) |
Uma
portaria publicada pela Superintendência do Sistema Estadual de Atendimento
Socioeducativo do Ceará (Seas) no Diário Oficial do Estado (DOU), nesta
segunda-feira (26), trouxe mudanças na regulamentação inerente à internação de
adolescentes infratores. Agora, é mais provável que só sejam mantidos nos
equipamentos aqueles que reincidirem na criminalidade ou cometerem ações contra
a vida das vítimas, a exemplo de latrocínio ou homicídio.
As
mudanças, impostas a partir da decisão
do ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou
que os centros educativos não podem manter taxa de ocupação superior à média de
119%, deve modificar a rotina de trabalho dos juízes das Varas da Infância e da
Juventude do Ceará, mantendo em liberdade muitos infratores.
Conforme
documento da Central de Regulação de Vagas, das 18 unidades para acolhimento
dos jovens infratores no Ceará, 10 estão superlotadas, sendo três com ocupação
acima de 119%. Para o juiz Manuel Clístenes, titular da 5ª Vara da Infância e
da Juventude da Comarca de Fortaleza, a medida pode interferir na segurança
pública. "Deixar esses adolescentes soltos pode, sim, trazer a sensação de
impunidade", comenta.
Clístenes
destaca que, quando a vaga for negada, os juízes terão duas opções: deixar o
adolescente em internação domiciliar, ou decidir por uma medida em meio aberto.
O magistrado garante que o Ceará precisa, urgentemente, criar mais vagas nos
centros educativos.
Novos
centros previstos
Por
nota, a Seas informou que a portaria publicada no Diário Oficial é resultado de
um fluxo de tratativas junto aos órgãos do Judiciário. A pasta informou que
"para além do regulamento do funcionamento da Central de Regulamentação de
Vagas, a portaria informa acerca do sistema informatizado desenvolvido por esta
Superintendência, o qual será disponibilizado aos órgãos do Sistema de Justiça,
possibilitando a consulta das vagas disponíveis no Sistema
Socioeducativo".
Sobre
a construção de novos centros, a Seas informou que existe previsão para
construções de duas unidades, com recursos do Programa de Apoio às Áreas
Sociais (Proares). G1
CE
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