A população brasileira continua a crescer. Mas em
ritmo cada vez mais lento. Apesar de acompanhar a tendência nacional, a
desaceleração do crescimento no Ceará é mais intensa. A análise é feita a
partir de estimativa populacional divulgada nesta quarta-feira, 28, pelo
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Segundo a pesquisa, estima-se que o Brasil tenha
210,1 milhões de habitantes e uma taxa de crescimento populacional de 0,79% ao
ano, apresentando queda do crescimento quando comparado ao ano anterior. Com
9,1 milhões de habitantes, o Ceará teve crescimento de 0,62% desde 2018, abaixo
da média nacional.
O Ceará é o 8º estado mais populoso do Brasil.
Fortaleza ainda se mantém como cidade mais populosa do Estado, com 2,7 milhões
de pessoas. Com mais de 4 milhões de moradores, a Região Metropolitana de
Fortaleza (RMF) é a sexta maior do País. A área apresentou crescimento estimado
em 0,77% de 2018 para julho de 2019.
A projeção populacional deve vir acompanhada de
alteração nas políticas públicas, visto que repercute nas demandas da
sociedade. “As políticas voltadas por a população mais jovem, como a educação,
passam por uma pressão menor. E as voltadas para a população mais velha passam
por uma pressão maior”, analisa Vitor Hugo Miro, doutor em economia e
coordenador do Laboratório de Estudos da Pobreza (LEP) da Universidade Federal
do Ceará (UFC).
Conforme Marcelo Neri, diretor do FGV Social, da
Fundação Getúlio Vargas, e doutor em economia pela Universidade de Princeton
(EUA), o Brasil está apresentando uma transição demográfica rápida. Dentre os
fatores está o aumento da expectativa de vida e a diminuição da taxa de
fecundidade. “Nos últimos 20, a cada 3 anos a expectativa de vida cresce um
ano. Por outro lado, em 70, cada mulher tinha 6 filhos e agora a média está
abaixo de 2”, aponta Neri.
O aumento no número de pessoas idosas impõe
desafios na área de mobilidade e atendimento à saúde, tendo em vista que
“tratamentos de alta complexidade vão crescendo e são associados a um alto
custo”. Nesse cenário será importante “a regulação e avanço tecnológico em
saúde”. Também será necessário impulsionar a Educação de Jovens e Adultos e
ações de educação continuada.
Outra repercussão será a diminuição do “bônus
demográfico” – aumento da população em idade ativa, que impulsionava o Produto
Interno Bruto (PIB) brasileiro. “Agora isso vai começar a jogar contra
gradativamente. Vai ser mais difícil o crescimento no Brasil”, explica.
Ao que pondera: “É preocupante no sentido do
crescimento de renda mas apresenta oportunidade ligadas a políticas setoriais
como a de juventude. A estabilização da população jovem pode dar certa folga ou
oportunidade de recuperar o atraso perdido na área da educação, como escola em
tempo integral. Fazer melhor já que serão menos crianças”, pondera.
MENORES
O estado com a menor população continua a ser
Roraima, que chegou a 605.761 pessoas, um crescimento de 5,06% frente os
576.568 registrados no ano passado. Amapá tem população de 845.731 pessoas e o
Acre somou 881.935.
Ranking
O município de São Paulo continua sendo o mais
populoso do país, com 12,25 milhões de habitantes, seguido pelo Rio de Janeiro
(6,72 mi), Brasília (3,0 mi) e Salvador (2,9 mi). O Povo
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