(Foto: Leonardo Maia) |
Em
mais um dia de manifestação, estudantes de diversos cursos da Universidade
Federal do Ceará (UFC) organizam uma agenda de paralisação e atividades em
protesto contra a nomeação de Cândido Albuquerque como reitor da instituição.
Desde as 9 horas desta sexta-feira, 30, os universitários estão no Campus do
Pici, em Fortaleza. A ideia é caminhar dentro do campi a fim de mobilizar
outros estudantes e fechar o cruzamento da avenida Humberto Monte em
seguida.
Lívia
Guimarães, estudante do 5° semestre de Ciências Biológicas, conta que uma das
principais motivações do ato é a nomeação de Cândido Albuquerque, menos votado
na Consulta Pública, em detrimento de Custódio Almeida, o mais votado entre
professores, alunos e servidores. "A autonomia universitária não foi
respeitada pelo Bolsonaro. Nós exigimos que nossa autonomia seja respeitada,
até porque sabemos qual a linha desse reitor. De ser bolsonarista, de tentar
aderir ao Future-se, que é um programa que somos contra", reforça a
jovem.
Lívia
também comenta que o protesto acontece em defesa das bolsas
universitárias, cortadas
temporariamente após contingenciamento, e do Restaurante Universitário
(RU). "O que a gente vai continuar fazendo é isso: protestos pacíficos. A
gente só quer poder ser respeitado. Vamos continuar fazendo protestos, aulas
públicas, até para a gente entender o que estamos passando", finaliza.
O
professor de Bioquímica e presidente da Associação dos Docentes da Universidade
Federal do Ceará (ADUFC), Bruno Rocha, avalia que o momento atual é de
intervenção na UFC. "Essa insatisfação reverbera em todas as categorias,
por isso criamos o comitê [Autonomia Universitária]. Nossos atos estão
concentrados em interagir em todos os espaços da universidade. Não é um
movimento de poucas pessoas, não é um movimento de esquerda. Tem que lembrar
que 95% dos votos foram contrários à proposta do Cândido", afirma Bruno.
Segundo
Bruno, a ideia não é paralisar a universidade. A intenção é continuar com as
atividades acadêmicas e fazer "contrapontos de manifestação".
"Nesse sentido, a ideia de paralisação sempre é para que existam outras
atividades, relacionadas ao dia a dia acadêmico. Nós não queremos que a
universidade pare de funcionar, mas funcione com legitimidade dentro da
democracia", encerra.
Conforme
a programação, inserida no "Autonomia Universitária", um movimento
composto por professores, universitários e servidores, ainda vai acontecer uma
caminhada do Pici ao Benfica, aulas públicas nos jardins da reitoria, ato na
praça da Gentilândia e intervenção na abertura do Cine Ceará. Fernando Haddad,
ex-candidato à Presidência da República, confirmou presença no ato na praça. O Povo
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