No percurso do caminhão do Corpo de Bombeiros com a urna mortuária, milhares de juazeirenses aplaudiam das calçadas e cantavam músicas do artista. Já a missa de sétimo dia em sufrágio de sua alma na Matriz de Exu foi celebrada pelo monsenhor Murilo de Sá Barreto, que era fã e amigo de Luiz Gonzaga. A relação dele era muito forte com o Cariri e o Rei do Baião gostava de passear e fazer compras na feira livre do Crato.
Ele cantou as coisas da região como as romarias e a devoção em torno do Padre Cícero, além de homenagear a beata Mocinha – governanta do sacerdote – em uma de suas músicas. Gonzagão não esqueceu a Festa de Santo Antonio e nem a Exposição do Crato, Por isso, sempre recebe muitas homenagens na região nos dias dos aniversários de nascimento e morte. Um dos grandes incentivadores foi o próprio monsenhor Murilo, que presidiu muitas liturgias animadas pelo som das sanfonas.
Fotografia do enterro de Luiz Gonzaga em Exu, sua cidade
natal. (FOTO: ANTÔNIO VICELMO)
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Os assessores resistiam, mas um interlocutor fez o apelo chegar ao Aeroporto momentos após o desembarque do presidente a sua resposta foi positiva no sentido de deixarem o artista nordestino cantar para ele. Todavia, Gonzagão ficou no espaço reservado à Imprensa e, na chegada da comitiva, deu os acordes na sanfona e passou a cantar “Vozes da Seca” dele e do compositor Zé Dantas. Os aplausos do público foram imediatos, mas a letra não era do agrado para os políticos:
“Seu doutô os nordestino têm muita gratidão
Pelo auxílio dos sulista nessa seca do sertão
Mas doutô uma esmola a um homem qui é são
Ou lhe mata de vergonha ou vicia o cidadão...”
Sarney ouviu com atenção e, depois, mandou que Gonzagão subisse ao palanque oficial apesar do tom crítico da letra e diante de mais aplausos da multidão. Ainda com relação à morte do artista há 30 anos, confira a matéria do Jornal Nacional da Rede Globo citando a passagem do corpo de Luiz Gonzaga em Juazeiro.
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Fonte: Site Miséria
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