sexta-feira, 2 de agosto de 2019

Há 30 anos o corpo de Gonzagão percorria o centro de Juazeiro até o nicho de Padre Cícero


Neste dia 2 de agosto de 2019, são completados 30 anos do falecimento do cantor Luiz Gonzaga, o famoso “Rei do Baião”, ocorrido em 1989 em Recife (PE). Antes de ser sepultado no dia seguinte na sua terra natal: Exu (PE), o corpo seguiu num cortejo fúnebre pelas ruas centrais de Juazeiro após a chegada no Aeroporto Regional do Cariri. Em atenção a um desejo de Gonzagão, o corpo passou em frente ao nicho do Padre Cícero no adro da Capela do Socorro.

No percurso do caminhão do Corpo de Bombeiros com a urna mortuária, milhares de juazeirenses aplaudiam das calçadas e cantavam músicas do artista. Já a missa de sétimo dia em sufrágio de sua alma na Matriz de Exu foi celebrada pelo monsenhor Murilo de Sá Barreto, que era fã e amigo de Luiz Gonzaga. A relação dele era muito forte com o Cariri e o Rei do Baião gostava de passear e fazer compras na feira livre do Crato.

Ele cantou as coisas da região como as romarias e a devoção em torno do Padre Cícero, além de homenagear a beata Mocinha – governanta do sacerdote – em uma de suas músicas. Gonzagão não esqueceu a Festa de Santo Antonio e nem a Exposição do Crato, Por isso, sempre recebe muitas homenagens na região nos dias dos aniversários de nascimento e morte. Um dos grandes incentivadores foi o próprio monsenhor Murilo, que presidiu muitas liturgias animadas pelo som das sanfonas.



Fotografia do enterro de Luiz Gonzaga em Exu, sua cidade natal. (FOTO: ANTÔNIO VICELMO)
Uma das passagens de Gonzagão em Juazeiro chamou a atenção na manhã do dia 23 de maio de 1986. No Aeroporto, era grande o movimento de pessoas à espera do então Presidente da República, José Sarney para lançar o Proine (Programa de Irrigação do Nordeste). Na Praça Padre Cícero, também muitos populares por conta da alta aprovação do governo Sarney no embalo da política econômica. Perto do palanque, Luiz Gonzaga relutava com o cerimonial da presidência, a fim de cantar para Sarney.

Os assessores resistiam, mas um interlocutor fez o apelo chegar ao Aeroporto momentos após o desembarque do presidente a sua resposta foi positiva no sentido de deixarem o artista nordestino cantar para ele. Todavia, Gonzagão ficou no espaço reservado à Imprensa e, na chegada da comitiva, deu os acordes na sanfona e passou a cantar “Vozes da Seca” dele e do compositor Zé Dantas. Os aplausos do público foram imediatos, mas a letra não era do agrado para os políticos:

“Seu doutô os nordestino têm muita gratidão
Pelo auxílio dos sulista nessa seca do sertão
Mas doutô uma esmola a um homem qui é são
Ou lhe mata de vergonha ou vicia o cidadão...”

Sarney ouviu com atenção e, depois, mandou que Gonzagão subisse ao palanque oficial apesar do tom crítico da letra e diante de mais aplausos da multidão. Ainda com relação à morte do artista há 30 anos, confira a matéria do Jornal Nacional da Rede Globo citando a passagem do corpo de Luiz Gonzaga em Juazeiro.

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Fonte: Site Miséria

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