sexta-feira, 30 de agosto de 2019

Policiais recebiam propina para proteger traficantes e extorquiam drogas e armas de rivais


Os policiais militares envolvidos no esquema de corrupção e tráfico de drogas com traficantes do bairro Bom Jardim, em Fortaleza, recebiam propina para não combater o tráfico da área e extorquiam drogas, armas e munição de criminosos rivais que eram, posteriormente, redistribuídas entre os traficantes associados aos agentes de segurança.

Seis suspeitos de tráfico foram presos nesta sexta-feira (30), em cumprimento de 11 mandados de busca e prisão na segunda fase da Operação “Maçãs Podres", realizada pelo Ministério Público do Ceará. A primeira fase ocorreu no último dia 2 de agosto, quando 10 policiais militares foram presos por envolvimento com o grupo criminoso.

Dos 11 mandados cumpridos, cinco suspeitos já se encontram dentro do sistema prisional.

"Esses policiais que faziam parte da organização se associavam com traficantes, faziam consórcio com traficantes e beneficiavam o tráfico desses traficantes que eles apadrinhavam”, explica o promotor de Justiça Rinaldo Janja, coordenador do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (GAECO).

No esquema, os agentes de segurança ainda fiscalizavam os traficantes concorrentes e os extorquiam.

“Eles abordavam, não permitiam o tráfico dos concorrentes dos traficantes que eram associados com eles e ainda por cima se apoderavam do material ilícito, ou seja, drogas, armas, munições. E o que é pior, colocavam todo esse material no mercado”, detalha Janja.

Segundo o MPCE, os investigados na operação são suspeitos de participação nos crimes tráfico de drogas, associação para o tráfico, extorsão, corrupção ativa e passiva, porte e posse ilegal de arma de fogo, e organização criminosa.

Diário do Nordeste

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