O presidente Jair Bolsonaro durante discurso na 74ª Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU), em Nova York (EUA). (Foto: Carlo Allegri/Reuters) |
O
presidente Jair Bolsonaro afirmou na manhã desta terça-feira (24) durante
discurso de abertura na 74ª Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU), em Nova
York (EUA), que tem “compromisso solene” com a preservação do meio ambiente e
acusou líderes estrangeiros de ataque à soberania do Brasil.
Tradicionalmente,
desde 1949, cabe ao representante do Brasil abrir o debate geral da assembleia
das Nações Unidas. Foi o primeiro pronunciamento de Bolsonaro como chefe de
Estado no encontro.
“É
uma falácia dizer que a Amazônia é um patrimônio da humanidade e um equívoco,
como atestam os cientistas, afirmar que a Amazônia, a nossa floresta, é o
pulmão do mundo. Valendo-se dessas falácias um ou outro país, em vez de ajudar,
embarcou nas mentiras da mídia e se portou de forma desrespeitosa e com
espírito colonialista. Questionaram aquilo que nos é mais sagrado, a nossa
soberania”, disse Bolsonaro.
Bolsonaro
afirmou, ainda, que tem “compromisso solene” com a proteção da Amazônia. Disse
que a Amazônia é maior do que toda a Europa ocidente e “permanece praticamente
intocada”, o que seria prova, segundo o presidente, de que o Brasil é “um dos
países que mais protegem o meio ambiente”.
“Em
primeiro lugar, meu governo tem o compromisso solene com a preservação do meio
ambiente e do desenvolvimento sustentável em benefício do Brasil”, declarou o
presidente.
O
discurso do presidente tem o contexto da crise provocada, em agosto, pela alta
das queimadas na floresta amazônica.
Bolsonaro
trocou farpas com o presidente da França, Emmanuel Macron, que deixou em aberto
a discussão sobre um possível status internacional na Amazônia.
O
presidente trabalhou ao longo da última semana passada no discurso desta terça,
com auxílio dos ministros Ernesto Araújo (Relações Exteriores) e Augusto Heleno
(Gabinete de Segurança Institucional).
Com
a fala desta terça, Bolsonaro é o oitavo presidente brasileiro a abrir os
debates. O primeiro chefe de Estado do país a discursar no encontro foi João
Figueiredo, em 1982. Desde então, apenas Itamar Franco não se pronunciou ao
menos uma vez na assembleia geral.
Terra
indígena
Bolsonaro
afirmou no discurso que não ampliará o percentual do território brasileiro com
terras indígenas e disse que a “visão de um líder” não representa o pensamento
de todos os índios do país.
“Quero
deixar claro: O Brasil não vai aumentar para 20% sua área já demarcada como
terra indígena, como alguns chefes de estado gostariam que acontecesse”,
afirmou.
Bolsonaro
afirmou que, “muitas vezes”, líderes indígenas como o cacique Raoni, são
“usados como peça de manobra” por governos estrangeiros. Ele não citou quais
seriam os governos, contudo, recentemente Raoni se encontrou com o presidente
da França, Emmanuel Macron.
“A
visão de um líder indígena não representa a de todos os índios brasileiros.
Muitas vezes, alguns desses líderes, como o cacique Raoni, são usados como peça
de manobra por governos estrangeiros na sua guerra informacional para avançar
seus interesses na Amazônia”, afirmou Bolsonaro.
Segundo
Bolsonaro, pessoas dentro e fora do Brasil, com apoio de organizações
não-governamentais, “teimam em tratar e em manter” os índios brasileiros “como
verdadeiros homens das cavernas”.
“O
Brasil agora tem um presidente que se preocupa com aqueles que lá estavam antes
da chegada dos portugueses em 1500”, afirmou. G1
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