segunda-feira, 2 de setembro de 2019

Grande procissão encerra os 251 anos da festa da padroeira da diocese de Crato

(Foto: Mychelle Santos)

No início da noite deste domingo, primeiro de setembro, a cidade de Crato parou para reverenciar a grande manifestação de fé que levou milhares de fiéis as ruas, acompanhando com louvores e orações, em procissão, a imagem da padroeira diocesana, Nossa Senhora da Penha.

A paisagem urbana logo foi tomada pelo mar de gente e pela esplendorosidade do andor. No percurso, moradores prepararam pequenos altares a frente de suas residências. Em cada uma delas, dom Gilberto Pastana, que acompanhou a peregrinação junto aos fiéis, saudou e abençoou os familiares.

“A procissão é um momento alto da espiritualidade do povo cristão católico, pois ela é um chamado que se faz para que o povo recorde que deve caminhar sempre na direção de Deus. Na Sé Catedral ela está encerrando a festividade que, este ano, extrapolou todas as expectativas. Não temos outra palavra se não dizer a Deus um muito obrigado”, falou o cura da Catedral, padre José Vicente Pinto.

Após uma hora e meia de caminhada, a peregrinação retornou a Sé Catedral onde foi dada a bênção do Santíssimo Sacramento, encerrando os 251 anos da festividade.


Carro- andor
Com velas nas mãos, a multidão de crianças, jovens, adultos e idosos seguiu atrás do carro andor, este ano, inspirado em um hino escrito por dom Quintino Rodrigues de Oliveira e Silva, primeiro bispo da diocese, onde ele afirma que a Virgem da Penha é o rico diamante do Crato. Inclusive, uma réplica da pedra preciosa, feita de vidro, estava bem à frente, um pouco abaixo da imagem da padroeira, para que os fiéis não se esquecessem disso.

Com relação ao tamanho, o carro- andor media quatro metros de altura por dois e meio de largura, o que parecia muito grande, mas muito maior era a beleza daquela para qual ele foi ornado com duzentas rosas brancas, além do acabamento com mini-margaridas e gladíolos. Não é à toa que a equipe de sete pessoas vindas de Mauriti, liderada pelo padre Ismael Vogas, levou oito horas para deixá-lo pronto. “É um carro- andor com muitos arranjos que nos lembra da beleza divina, a beleza do coração da própria mãe. Mas a Virgem em si está investida de beleza, nós apenas realçamos aquilo que ela tem em si mesma”, explicou o idealizador.

Falando em coração, outro detalhe que chamou a atenção foi o coração flamejante colocado atrás da imagem, fazendo o coroamento. Sobre isto o sacerdote salientou que o intuito era fazer com que os fiéis se inspirem no coração de Maria, onde podem encontrar abrigo seguro e sentirem-se amados. “Nós todos somos atraídos, por seu olhar, a experimentar, nesse recôndito interior de Maria, um filho que se encontra presente e, ao mesmo tempo, permitir que Ele, Jesus Cristo, adentre em nossos corações. Esse carro- andor vem com este propósito de atrair o olhar do fiel para beber desta fonte e, ao mesmo tempo, pedir a ela que estejamos nós todos abrigados neste coração divino”, justificou.

Os detalhes de requinte e elegância também tiveram inspiração na arte barroca.       Por: Jornalista Patrícia Silva

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