Ministro da Educação, Abraham Weintraub (Foto: Marcelo Camargo) |
O
repasse de recursos do Governo Federal para o financiamento de bolsas
de mestrado e doutorado deve cair pela metade no próximo ano. Segundo o
ministro da Educação, Abraham Weintraub, a medida é necessária para
garantir um orçamento em 2020 ao menos igual ao deste ano para as universidades
federais. Em 2020, a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível
Superior (Capes) – que cuida de tais bolsas – deve receber somente R$
2,2 bilhões. Neste ano, R$ 4,3 bilhões foram destinados para financiar as
pesquisas.
“Quase
tudo vai ficar igual ou melhor. O único lugar que teremos de apertar e vai
aparecer número ruim será na Capes. Vai sair o número, o pessoal vai gritar,
mas será resolvido”, disse o ministro em entrevista ao Estadão.
2019
Em
2019, a Capes já congelou a abertura de bolsas para novos pesquisadores.
Contudo, as projeções para o próximo ano indicam que até mesmo aquelas já
concedidas podem ser congeladas.
De acordo com Weintraub,
o ministério busca uma forma de evitar que bolsistas fiquem sem pagamento. Ele
não quis antecipar a solução que está sendo aventada e disse que ela será
apresentada em breve.
Orçamento
Ao
todo, o MEC terá orçamento de R$ 101,2 bilhões para 2020. O montante deve
ser gasto com despesas obrigatórias, como os salários, e discricionárias,
usadas para bancar custeio e investimento. Neste ano, o recurso foi bem mais
alto: R$ 123 bilhões.
Na
redução, as despesas discricionárias ficaram com R$ 21,2 bilhões, bem
abaixo dos R$ 26 bilhões esperados pela equipe da Educação. “Estamos
mandando para o ano que vem os mesmos R$ 21 bilhões. Mas, salvo uma hecatombe
nuclear, já estaremos tranquilos com a receita. Está acima de 95% a chance de
não haver qualquer contingenciamento em 2020. As universidades poderão
trabalhar realmente com esses valores do orçamento”, disse o ministro ao
Estadão.
Educação
básica
De
acordo com o ministro, passado o período de ajustes no ensino superior, será a
hora de aumentar os investimentos em educação básica. “Cada dia sua
agonia. Estamos administrando na boca do caixa uma crise aguda. Tenho que
terminar essa etapa. Passar o Future-se no Congresso e falar para as
universidades: está aqui o orçamento, cumpri minha palavra, agora toca a vida,
não me amola e segue adiante”, disse Weintraub. “E, daqui para frente, vamos
implementar o prometido no plano de governo, com mais recursos para ensino
fundamental, creche, pré-escola, ensino técnico”, concluiu. Agência Estado
Nenhum comentário:
Postar um comentário