Ao
comentar o vazamento de áudios atribuídos à Fabrício Queiroz, o presidente Jair
Bolsonaro afirmou nesta segunda-feira, 28, que até 2018 "tinha
liberdade" para conversar com o ex-assessor de seu filho, o agora senador
Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) sobre diferentes assuntos. Segundo ele, tratar da
demissão de funcionários dos gabinetes de seus parentes é "normal".
Bolsonaro falou sobre o assunto com jornalistas ao deixar os Emirados Árabes
rumo ao Catar.
Em
gravações divulgadas pelos jornais Folha de S.Paulo e O Globo, Queiroz diz que
Bolsonaro o comunicou sobre a intenção de demitir uma funcionária do gabinete
de seu filho, o vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ), porque haviam suspeitas de que
ela não trabalhava efetivamente no gabinete.
Segundo
Bolsonaro, Cileide Barbosa Mendes não era uma funcionária fantasma e a sua
demissão "não tem nada para espantar". "Até estourar o problema
eu tinha liberdade com o Queiroz, conversava com ele algumas coisas. No ano
passado, se for ver, no meu gabinete eu mandei embora cinco, seis pessoas. Eu
passava praticamente de segunda a sábado fora de casa, comecei a não ter o
controle de quem estava no Rio. Exatamente para evitar problema essas pessoas
foram demitidas", disse Bolsonaro nesta segunda.
Sobre
a situação de Cileide, o presidente disse que ela sabia que não poderia
continuar contratada caso ele fosse eleito presidente da República e Flávio
Bolsonaro fosse para Brasília. Em seguida, no entanto, ele lembrou que Cileide
era funcionária no gabinete de Carlos Bolsonaro, que continua no Rio. Jair
Bolsonaro destacou mais de uma vez que a ex-funcionária mora em uma propriedade
registrada em seu nome, embaixo do local onde funcionava o seu escritório de
apoio.
"Essa
específica, a Cileide, ela se formou em enfermagem tem dois anos
aproximadamente, fez uma especialização, e ela sabia que não ia continuar
conosco porque eu não sendo eleito, o Flávio não eleito (no Rio), (ela) não
viria para Brasília. Se bem que ela estava no gabinete do Carlos. Mas é uma
mudança normal isso aí, não tem nada para espantar", disse.
"O
pessoal quer pegar fantasma e rachadinha. Ela (Cileide) sempre morou ali, a
casa é minha, está em meu nome, ela mora ali embaixo", afirmou Bolsonaro.
O
relatório do Coaf que indicou movimentações bancárias atípicas nas contas de
Queiroz no período em que ele trabalhava no gabinete de Flávio foi divulgado
pelo jornal O Estado de S. Paulo em 2018. Bolsonaro voltou a dizer nesta
segunda que não fala com o ex-assessor desde então. "O Queiroz cuida da
vida dele e eu da minha", reafirmou. Estadão
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