O Ceará
terminou o ano de 2018 como líder na exportação de castanha de caju no Brasil e
como terceiro produto mais exportado pelo Estado na balança comercial. Mesmo
assim há uma cadeia produtiva que apresenta problemas e uma parceria no Ceará
busca criar o Vale do Caju. Produtores se ressentem de anos prolongados de
seca, que prejudicaram investimentos na produção, além da perda de indústrias
que compram o caju como matéria-prima e consequente redução de preços.
Iniciativa
de produtores em conjunto com o Conselho dos Secretários Municipais de
Agricultura, Desenvolvimento Econômico e Tecnológico do Estado do Ceará
(Comdetec) é que vai viabilizar a instalação do Vale do Caju. O espaço se
estende por onze cidades da Região Metropolitana de Fortaleza (RMF) e tem como
exemplo o Vale do Silício, nos Estados Unidos, promovendo as melhores práticas
e relação entre o setor produtivo, poder público e indústrias.
 O secretário de
Desenvolvimento Econômico de Pacajus e presidente do Comdetec, Roberto Cariri,
explica que a ideia parte do princípio de fortalecer a cajucultura na RMF. Ele
ainda diz que parceria com indústrias que usam o caju como matéria-prima é
realizada, com a Jandaia, por exemplo. O êxito do projeto pode gerar experiências
parecidas em outras regiões do Estado.
"O
Vale do Caju unificaria os produtores, que antes competiam entre si. Propus a
união e estamos promovendo o caju de mesa, pois mais de 100 países compram o
quiuí, mas não o caju", diz o secretário municipal de Pacajus, ressaltando
que a ideia é desenvolver iniciativas que permitam embalar a fruta para melhor
aceitação no mercado, exemplifica.
O
secretário executivo do Agronegócio da Secretaria Estadual de Desenvolvimento
Econômico e Trabalho (Sedet), Sílvio Carlos Vieira Lima, ressalta que a área
que compreende o Vale do Caju produz em torno de 20% do produto no Ceará.
"A
ação do vale é interessante, pois melhora o setor na agregação de valor na
cultura do caju. Não focando somente na castanha, mas também no caju de mesa,
fortalecendo também a indústria de suco. Notamos neste ano uma melhoria do
cenário de interesse por parte da indústria com a organização da cadeia",
avalia.
O
presidente do Instituto Caju Brasil (ICB), Vitor Oliveira, comenta que toda a
iniciativa que visa promover o estreitamento de relações na cadeia produtiva é
bem-vinda, pois "a cajucultura passa por momento difícil em produtividade,
competitividade, principalmente no mercado externo".
Vitor
Oliveira lembra que a participação da castanha de caju já foi acima do atual
0,5% no mercado mundial de amêndoas. O desafio é ampliar esse mercado
internacional e fortalecer o nacional.
Para
o presidente da ICB, isso deve acontecer com melhores políticas governamentais.
"Políticas públicas para o segmento de cajucultura ainda são lacunas que
temos. Refiro-me à política de crédito com linhas diferenciadas".
AS
CIDADES DO VALE DO CAJU
Aquiraz,
Aracoiaba, Barreira, Beberibe, Cascavel, Chorozinho, Horizonte, Itaitinga,
Ocara, Pacajus e Pindoretama O Povo
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