A
nova taxa da Agência Nacional de Energia Elétrica
(Aneel) aplicada sobre a geração distribuída no Brasil
deverá ter um impacto direto no mercado de trabalho. Segundo estimativa
do Sindicato
das Indústrias de Energia e Serviços do Setor elétrico do Ceará (Sindienergia)
e da Federação das Indústria do Estado do Ceará (Fiec), a medida
deverá fechar cerca de 60% dos postos de trabalho diretos do setor em todo o
País.
No
Ceará, pouco mais de 1,65 mil pessoas estão empregadas por empresas que atuam
no setor de geração de energia solar no Estado. No Brasil, a estimativa é de
que o segmento gere mais de 60 mil postos de trabalho. Ao todo, 990 vagas no
Ceará, e 36 mil no Brasil, serão encerradas, de acordo com a previsão.
Com
a nova cobrança sobre o excedente de energia gerada e devolvida à rede de
transmissão geral, as entidades projetam que as empresas do setor parem de
investir, uma vez que a procura por equipamentos de geração distribuída seria
reduzida.
A
diminuição do potencial de retorno de investimentos após a aplicação da nova
cobrança pode fazer com menos pessoas se sintam confortáveis em gerar a própria
energia, reduzindo a demanda pelos serviços relacionados ao setor.
"O
setor de energia é responsável por gerar mais 60 mil empregos no Brasil, mas
agora a expectativa é reduzir esse número em 60%. Além disso, ainda temos o
aumento dos impactos ambientais, que poderiam ser amenizados pelo incentivo à
energias limpas. E o pior é que ainda não estamos contando os empregos
indiretos", disse Benildo Aguiar, presidente do Sindienergia.
Para
Aguiar, as distribuidoras de energia serão as mais beneficiadas pela decisão da
Aneel, que deverá começar a valer no começo no próximo ano. "Quais os
interesses dessa nova taxa? Não resta dúvida de que é a distribuidora a mais beneficiada,
que volta a ser a monopolizadora do mercado de energia", disse. Diário do
Nordeste
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