Fotografia: Acervo Lúcia Castro |
Por Adeildo de Sousa - Blog Crato de Ontem
Berço da cidade do Crato, o local se confunde com a história do município. Conhecida inicialmente como “Praça dos Índios” e “Quadro da Matriz”, tem suas origens no Aldeamento da Missão do Brejo do Miranda, núcleo indígena moradia dos Índios Cariris, fundado em 1740, pelo Frei Capuchinho italiano, Carlos Maria de Ferrara.
O aldeamento indígena ficava localizado onde hoje se situa a Praça da Sé, em frente à igreja de mesmo nome. A missão foi criada para abrigar e prestar assistência religiosa às populações indígenas, espalhadas ao Norte da Chapada do Araripe.
A construção da Igreja da Sé data de 1740, porém ainda de forma rústica (feita de barro, pedras e coberta com palhas). Sua inauguração como paróquia ocorreu em 1762, porém só foi oficialmente instalada em 4 de Janeiro de 1768. Sua padroeira é Nossa Senhora da Penha.
O Aldeamento da Missão do Miranda dos Índios Cariris existiu até o ano de 1764, quando foi transformado na Vila Real do Crato, inaugurada em 21 de Junho do mesmo ano.
Desde a sua fundação, a praça foi palco de inúmeros acontecimentos históricos-religiosos, que a transformaram num símbolo máximo da nossa cidade:
• Em 03 de Maio de 1817, foi proclamada a Independência e República da então Vila Real do Crato. O ato revolucionário, foi realizado pelo padre José Martiniano de Alencar, filho da heroína Bárbara de Alencar e irmão do herói Tristão Gonçalves. A República do Crato, durou apenas oito dias, pois foi derrubada por tropas do imperador D. Pedro I.
• No ano de 1922, foi celebrada pelo então bispo do Crato Dom Quintino Rodrigues de Oliveira e Silva, uma missa campal na praça em homenagem ao Centenário da Proclamação da Independência do Brasil.
• Em 17 de Outubro de 1953, ocorreu a celebração dos 100 anos do Crato elevado à categoria de cidade. O local escolhido para abrigar o grande evento foi a Praça da Sé, que foi efetivamente construída naquele ano. A escolha da localidade, se deu pela importância histórica que ela traz consigo, desde a fundação do Crato.
• Desde o ano de 1838, ocorrem na área da praça, novenas e procissões em homenagem a padroeira do Crato, Nossa Senhora da Penha. É considerada a maior manifestação católica da cidade, desde a sua fundação.
Antes de 1953, a praça era um grande terreno em formato quadrado, com um cruzeiro de pedra ao centro. Nesse espaço em 1919, chegou a funcionar um campo de futebol. Antes de ser praça propriamente dita, o local chamou-se “Praça dos Índios” (homenagem ao Aldeamento da Missão do Miranda), depois “Quadro da Matriz do Crato” (referência a igreja local), “Praça Getúlio Vargas” (homenagem ao ex-presidente brasileiro) e por último “Praça da Sé” (por estar situada em frente a igreja de mesmo nome, que virou sede de Diocese em 20 de Outubro de 1914).
A estrutura construída em 1953, saiu de um grande terreno para uma área dotada de pavimentação (calçamento), bancos, jardins, postes e uma fonte central. Também foram instalados os pergolados que rodeiam parcialmente a praça.
Desde a sua construção, a praça sofreu uma série de modificações em sua estrutura ao longo dos anos. Chegou a possuir 2 fontes centrais (uma com um jardim ao centro e outra luminosa), 1 coreto rodeado por uma pequena fonte e por último, a atual edificação.
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