sábado, 2 de novembro de 2019

Cientistas cearenses estão sem verba para pesquisa sobre óleo em praias e chegam a pagar do próprio bolso


Universidades sem verba para investigar o derramamento de óleo e pesquisadores retirando dinheiro do próprio bolso para custear análises - essa é a realidade de muitos cientistas das universidades do Nordeste que estão estudando as causas, origens e efeitos do desastre ambiental.

Carlos Teixeira, doutor em oceanografia e pesquisador do Instituto de Ciências do Mar (Labomar) da Universidade Federal do Ceará (UFC), aponta um cenário que, segundo ele, não é de agora. "Já tem alguns anos que convivemos com reduções contínuas no orçamento para pesquisa. Queremos investigar as causas e o impacto desse derramamento na vida das pessoas, mas a tarefa fica mais difícil quando não há cuidado nem investimento para a Academia. Na época dos desastres em Minas Gerais, por exemplo, o Governo Federal divulgou editais específicos para estudar os impactos no meio ambiente e nas pessoas da região. Precisaríamos da mesma coisa", completa.

Segundo o pesquisador, logo no início dos primeiros aparecimentos do óleo no Ceará, os professores do Labomar fizeram viagens para recolher amostras e as enviaram para análise no Exterior. Tudo custeado com recursos próprios, com exceção do transporte aos locais, cedido pela universidade.

Na quinta-feira, 31, O Governo do Estado sinalizou que está em busca de recursos para a pesquisa. Em uma reunião na sede do Labomar, Inácio Arruda, titular da Secretaria da Ciência, Tecnologia e Educação Superior (Secitece) e Artur Bruno, da Secretaria do Meio Ambiente (Sema), afirmaram que estão atrás de recursos públicos para a criação de edital que financie as ações de mitigação no Ceará. "Vamos torcer para dar certo a iniciativa do Governo do Estado, porque do Governo Federal mesmo, não há nenhuma", destaca.                         O Povo

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