Universidades
sem verba para investigar o derramamento de óleo e pesquisadores retirando dinheiro
do próprio bolso para custear análises - essa é a realidade de muitos
cientistas das universidades do Nordeste que estão estudando as causas, origens
e efeitos do desastre ambiental.
Carlos
Teixeira, doutor em oceanografia e pesquisador do Instituto de Ciências do Mar
(Labomar) da Universidade Federal do Ceará (UFC), aponta um cenário que,
segundo ele, não é de agora. "Já tem alguns anos que convivemos com
reduções contínuas no orçamento para pesquisa. Queremos investigar as causas e
o impacto desse derramamento na vida das pessoas, mas a tarefa fica mais
difícil quando não há cuidado nem investimento para a Academia. Na época dos
desastres em Minas Gerais, por exemplo, o Governo Federal divulgou editais
específicos para estudar os impactos no meio ambiente e nas pessoas da região.
Precisaríamos da mesma coisa", completa.
Segundo
o pesquisador, logo no início dos primeiros aparecimentos do óleo no Ceará, os
professores do Labomar fizeram viagens para recolher amostras e as enviaram
para análise no Exterior. Tudo custeado com recursos próprios, com exceção do
transporte aos locais, cedido pela universidade.
Na
quinta-feira, 31, O Governo do Estado sinalizou que está em busca de recursos para
a pesquisa. Em uma reunião na sede do Labomar, Inácio Arruda, titular da
Secretaria da Ciência, Tecnologia e Educação Superior (Secitece) e Artur Bruno,
da Secretaria do Meio Ambiente (Sema), afirmaram que estão atrás de recursos
públicos para a criação de edital que financie as ações de mitigação no Ceará.
"Vamos torcer para dar certo a iniciativa do Governo do Estado, porque do
Governo Federal mesmo, não há nenhuma", destaca. O Povo
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