O
Professor do Departamento de Educação Física, da Universidade Regional do
Cariri (URCA), Eduardo Guimarães, teve seu artigo “Matriz de Prioridade de
Manejo de Impactos de Visitação nos Geossítios do Araripe Geoparque Mundial da
UNESCO”, inserido na base de dados da NASA (National Aeronautics and Space
Administration).
O
artigo foi originalmente publicado na revista internacional Geoscience. Ele
destaca a inserção, reconhecimento do trabalho e a colaboração entre os
pesquisadores da região e de Portugal e comemora a presença do Cariri agora
também citado nas bases da Agência Espacial Americana e Universidade de
Harvard.
O
Professor Eduardo Guimarães está desenvolvendo os estudos voltados para a Tese
de Doutorado da Cátedra UNESCO sobre Geoparques, Desenvolvimento Regional
Sustentável e Estilos de Vida Saudáveis na Universidade de Trás os Montes e
Alto Douro em Portugal, fruto da colaboração internacional com a URCA e o
Geopark Araripe. O artigo contou com uma abordagem exploratória e análise
quantitativa, apresentando uma inovadora modelagem de prevalência de impactos
ambientais, envolvendo a revisão de relatórios técnicos e pesquisa em campo.
Os
métodos utilizados no estudo determinaram quais são as demandas de visitação e
os seus impactos no território. Com isso, o autor destaca que foram
identificadas as ofertas de atividades e ocorrências nos geossítios. Utilizando
esse modelo, foram calculadas as variáveis sobre impactos evidentes, perfil de
gestão, demanda de visitantes e zona de atividade. Além disso, foram
classificadas as ações de gestão recomendadas e apresentadas à matriz de
prioridades.
A
classificação indicou que os geossítios Ponte de Pedra, Riacho do Meio e
Cachoeira de Missão Velha, deveriam ser priorizados, requerendo ações de gestão
imediata ou prioritária, tendo em vista os altos impactos das visitas
evidenciadas. Os geossítios Pedra Cariri, Floresta Petrificada e Parque dos
Pterossauros foram classificados como ação programada, destacando a dificuldade
de acessá-los e a baixa demanda de visitação. Os geossítios Pontal de Santa
Cruz, Colina do Horto e Batateiras apresentaram as melhores pontuações e
requerem feedback, a fim de manter os bons indicadores.
Vale
destacar que os resultados desta investigação, publicados em 2018, nortearam a
alocação de recursos e a definição das estratégias do Geopark Araripe na gestão
dos geossítio e o modelo adotado de gerenciamento dos impactos foram
fundamentais na avaliação positiva e obtenção do terceiro selo verde UNESCO,
conquistado em setembro de 2019 pela entidade.
Dentre
as ações de gerenciamento, destaca-se o caso da Ponte de Pedra, geossítio
localizado em Nova Olinda e que segundo os resultados da Matriz de Prioridades,
apresentava alto risco de desmoronamento por conta da aceleração do processo
erosivo, em decorrência do transporte de cargas pesadas na CE 292 adjacente ao
geossítio. O geossítio então sofreu intervenção com a orientação técnica do
setor de Geoconservação do Geopark Araripe, e com o apoio do Governo do Estado
do Ceará e demais parceiros, foi construída uma estrutura de contenção na base
geológica e feita uma revitalização da área de visitação. Hoje o geossítio não
corre mais risco estrutural e saiu da classificação de risco.
Os
demais geossítios também receberam intervenções e seguem com ações a fim de
minimizar problemas de acessibilidade, aumentar a demanda de visitação e
diminuir os impactos ambientais elencados no estudo. O Professor Eduardo
Guimarães enfatiza que é necessário aprofundar as investigações para produzir e
interpretar a complexidade dos dados que norteiam o gerenciamento de um
território dinâmico tal qual um Geoparque Mundial da UNESCO.
Veja os
links da inserção na NASA/Harvard e da publicação na Geoscience: https://ui.adsabs.harvard.edu/abs/2018Geosc...8..199G/abstract
https://www.mdpi.com/2076-3263/8/6/199
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