Como uma ponte entre produtores e consumidores de produtos agropecuários: é assim que funciona o Agromais, um projeto desenvolvido por professores e estudantes do campus de Crato do IFCE. A ferramenta já está em funcionamento e atende à Feira de Animais do Crato, um evento que reúne produtores rurais de toda a região no Parque de Exposição da cidade, às sextas-feiras.
Nos moldes atuais, a Feira faz parte de um projeto mais amplo, chamado de Ambiente de Negócios, que teve origem no trabalho de José Lopes Viana, professor dos cursos de Agropecuária e Zootecnia ofertados pelo IFCE. O Agromais surgiu da necessidade de criar uma espécie de classificados digitais para facilitar a comercialização da produção durante a Feira.
O problema instigou o professor Robson Feitosa, da área de Sistemas de Informação, que lançou o desafio para os estudantes em uma disciplina. Francisco Lucas do Nascimento, Renan Gustavo e Alex Rodrigues desenvolveram o projeto para um trabalho final, mas perceberam que a ideia tinha potencial para ser maior. Além de Feitosa, eles contam também com o apoio do professor Yuri Lacerda e ganharam na equipe a participação de Ingrid Carolina e Aryannie Alves. Hoje, o projeto é beneficiado com bolsas do Programa Institucional de Apoio a Projetos de Extensão do IFCE, o Papex.
O Agromais funciona assim: a Prefeitura realiza o cadastro dos produtores da Feira e a equipe do projeto disponibiliza no site agromaisfeira.crato.ifce.edu.br a foto e as informações do produto à venda. Lá os visitantes da feira encontram geleias, bolos, temperos, verduras, artesanato e animais. Os consumidores já sabem quanto o produto custa, quem vende e onde está localizado. "A versão atual funciona como classificados, organizando a exibição dos produtos por categorias. A interface é intuitiva, autoajustável à plataforma, e a aparência do sistema é muito agradável. Os produtores e a Prefeitura elogiaram bastante a qualidade e a facilidade de uso", explica Robson.
Segundo Renan, um dos pontos positivos do projeto é que ele ajuda a diminuir a ação dos atravessadores: "O objetivo é criar um canal onde o produtor da agricultura familiar possa anunciar seus produtos diretamente para o consumidor final. Com isso queremos prover não só mais um canal de vendas, mas meios para inclusão digital". O projeto foi simplificado para a Feira, que começou a funcionar em dezembro de 2019, mas os desenvolvedores trabalham também em uma versão mais elaborada.
Integração
A busca por uma solução para facilitar o comércio motiva os estudantes e impacta positivamente a preparação para o mercado de trabalho. Eles conseguem ter uma visão mais ampla de todo o processo e trabalhar em novas áreas, como afirma Francisco Lucas Nascimento: "Desde o início, a nossa maior preocupação era deixar a ferramenta mais simples. De certa forma a gente quebrou um paradigma, saiu de trás do computador e foi direto pedir a opinião do cliente. O interessante do projeto também é adentrar em uma área diferente da nossa".
Para o professor Robson Feitosa a motivação é fazer a diferença na comunidade: "Essa integração com a comunidade motiva demais a melhoria do trabalho. Você vê que os alunos se dedicam de corpo e alma quando há um cliente interessado. Isso é o belo na Extensão: nós estamos prestando um serviço direto à comunidade em que vivemos".
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