O Hospital Regional do Cariri (HRC), da rede pública da saúde do Governo do Ceará, finalizou a primeira etapa do Projeto Lean nas Emergências, promovido pelo Ministério da Saúde em parceria com o Hospital Sírio Libanês. O resultado já pode ser percebido no hospital.
“Após a instituição do Lean aqui na emergência, houve um comprometimento por parte dos profissionais com relação ao olhar para os pacientes. Hoje existe uma integração dos profissionais da emergência e da torre e, dessa forma, a tomada de decisão sobre a transferência do paciente está ocorrendo muito mais rápida”, destacou Luciana Maria Pereira dos Santos, enfermeira da emergência.
Atendimento mais eficiente, tomadas de decisão em tempo hábil e diminuição de leitos extras são algumas das melhorias percebidas após a implementação de uma série de medidas adotadas na unidade, como o daily huddle, reunião de curta duração com a equipe multidisciplinar da emergência e da torre; o Plano de Capacidade Plena (PCP), que gerencia atividades de forma a envolver não só ações na emergência como no hospital todo e a sala de alta, um espaço para o paciente que recebeu alta aguardar confortavelmente o transporte que o levará para casa, diminuindo o tempo de espera na emergência para um leito de internação.
“A fase de intervenção do projeto no HRC realizou diversas atividades envolvendo diretamente vários colaboradores de todas as áreas do hospital, como a implantação da metodologia do 5S e a elaboração do desenho do fluxo de atendimento na emergência, sempre com foco no melhor para o paciente. Essas atividades elaboradas em cada visita realizada quinzenalmente, pôde melhorar a comunicação dentro da instituição”, afirmou a assessora de qualidade do HRC, Andrezza Saraiva.
João de Sousa Mendes, 61 anos, deu entrada no HRC vítima de acidente de moto. Ele foi submetido à cirurgia de face, ficou internado por cinco dias na UTI (dentro do tempo médio de permanência na unidade) e depois foi encaminhado para enfermaria onde permaneceu por mais quatro dias. De acordo com a esposa, Maria Severiano, os dias difíceis e de muita oração se tornaram mais leves, devido o acolhimento que aconteceu da emergência até a torre. “As enfermeiras, os médicos foram de uma gentileza e rapidez em seu atendimento que agora vamos passar o Natal em casa. Não existe presente melhor! Não sei do que seria de nós, se não fosse esse hospital. Agradeço a equipe por tamanha atenção e rapidez no atendimento à vida do meu marido”, reconhece Maria Severiano Pereira.
Com o envolvimento de muitos colaboradores e da alta gestão do HRC, a instituição conseguiu aperfeiçoar várias etapas dos processos de atendimento, voltando o olhar para o paciente, na perspectiva do tempo e valor agregado para ele.
O principal indicador utilizado pelo projeto, o NEDOCS (sigla em inglês para Escala de Superlotação do Departamento Nacional de Emergência) registrou queda de 66% na superlotação da emergência. Houve também a otimização no tempo de permanência do paciente, que recebe alta da própria emergência, que caiu de 18h para 9h, uma redução de 51%. Já para os pacientes que necessitam de internação, o tempo de espera da vaga diminuiu em 55%, reduzindo de 54 horas para 24 horas de espera. Em meio a tudo isso, foi sentido um crescimento 10% no volume de pacientes atendidos na emergência, demonstrando eficiência do serviço.
“Ao realizar ajustes dos processos, alcançamos uma melhor eficiência com o uso do recurso público, traduzindo-se em economia. Os resultados nos mostram que, dessa forma, a instituição consegue ser cada vez mais eficiente em termos de acesso e tempo para o atendimento de novos pacientes da Macro Cariri e ainda mantendo a segurança na prestação do cuidado e proporcionando maior qualidade para o usuário”, finalizou a diretora geral do HRC, Demostênia Coelho.
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