O programa de extensão Enactus UFCA ganhou o terceiro lugar no Prêmio Nufarm de Ética e Consciência no Agronegócio 2019, com o Projeto Bio+. A premiação foi entregue, no dia 13 de dezembro de 2019, no Hotel Praia Centro, na Praia de Iracema, em Fortaleza.
O Projeto Bio+ foi fundado em 2017 e trabalha com pesquisa e aplicação de tecnologias sustentáveis em benefício de famílias e comunidades da zona rural em situação de vulnerabilidade social. Essas tecnologias, que consistem em biodigestores (para produção de biogás e biofertilizante), jardins filtrantes (para reuso da chamada água cinza), e minhocário doméstico (para cultivo de matéria orgânica) são de fácil replicação no semiárido e têm uma abordagem pensada para o pequeno produtor do Ceará. Os estudantes da Enactus UFCA que participam do Bio+ são responsáveis por visitar as comunidades para implantar essas tecnologias e garantir o correto funcionamento delas.
Laryssa Pereira cursa Engenharia Civil e está no oitavo semestre. Ela explica que o Bio+ possibilita às famílias atendidas que reaproveitem o que têm em suas propriedades, o que pode chegar a melhorar suas rendas. “Através de produtos como o biofertilizante, os produtores não precisam gastar nada para fertilizar a produção de hortaliças, por exemplo, tão comum em nossa região”, disse. Ela ressalta também que as tecnologias levadas pelo projeto, como a de reúso da água cinza (água com sabão, utilizada na lavagem de roupa e louça, por exemplo), auxiliam na melhoria do saneamento básico, muitas vezes precário na região rural. Outra economia vem através do uso do biogás em substituição do botijão de gás convencional.
Os participantes do Bio+ contam com o apoio dos docentes Thâmara Martins, Jeová Torres, Ives Romero e Ingrid Mazza, além do apoio externo do agrônomo Juscelino Júnior. Atualmente quatro cidades são atendidas pelo projeto: Juazeiro do Norte (Condomínio Dona Bia), Barbalha (Sítios Espinhaço e Boa Esperança) e Tarrafas (Sítio Umbuzeiro), no Ceará; e Granito (Sítio Marí), no estado de Pernambuco.
Brenner Alexandre, que cursa Engenharia Civil, está no oitavo semestre e acredita que este ano há mais membros capacitados e mais autonomia das famílias em replicar as tecnologias. Brenner conta que o projeto proporcionou contato direto com alguns tópicos práticos do seu curso, através da instalação das tecnologias sociais, que muitas vezes envolvem aspectos técnicos da Engenharia Civil. Além disso, ele afirma que o contato com as famílias beneficiadas e as pessoas do time Enactus o ajudaram a ter mais empatia.
Rodrigo Oliveira, que também cursa o oitavo semestre de Engenharia Civil, concorda: “O projeto me ajudou a colocar em prática alguns assuntos desenvolvidos ao longo do curso, principalmente no que tange às tecnologias aplicadas, que requerem pesquisa e mão de obra”. Pessoalmente, ele afirma que participando do projeto ele pôde ver a alta capacidade produtiva da região do Cariri, além de entrar em contato com outras realidades, “principalmente no trato humano com nossos beneficiários e amigos”.
Os membros do Bio+ acreditam que o prêmio vai auxiliar na expansão do projeto. “Para mim, o mais importante foi ver que nossas atividades estão mudando a vidas das pessoas. Estamos sendo reconhecidos por isso; tanto na universidade, com todo apoio que recebemos, como pelas comunidades”, comemora Laryssa.
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