(Foto: Antonio Cruz) |
O presidente Jair Bolsonaro convidou jornalistas para uma visita ao Palácio da Alvorada um dia depois de ofender repórteres na porta do local. Se na sexta-feira, 20, o presidente se exaltou ao ser questionado sobre a operação de busca e apreensão que teve como alvo seu filho mais velho, senador Flavio Bolsonaro (sem partido-RJ), neste sábado, 21, evitou elevar o tom de voz. Bolsonaro chegou a dizer que questionamentos sobre o processo não teriam réplica, mas acabou respondendo às demais perguntas.
Flávio Bolsonaro é investigado pelo Ministério Público do Rio a respeito de uma suposta apropriação de salário de servidores na época em que era deputado federal do Rio de Janeiro. O inquérito afirma que "as provas permitem vislumbrar que existiu uma organização criminosa com alto grau de permanência e estabilidade, entre 2007 e 2018, destinada à prática de desvio de dinheiro público e lavagem de dinheiro".
Ainda de acordo com inquérito, 13 assessores do gabinete de Flávio teriam repassado uma quantia do salário a Fabrício Queiroz, ex-assessor do filho do presidente.
Caso Flavio
Na conversa, em tom informal, Bolsonaro usava uma camiseta do Flamengo e afastava moscas com tapas no ar. Ele disse que a condução da investigação contra Flavio pelo Ministério Público do Rio "está sendo um abuso" e que, se teve um "estardalhaço enorme", pode ter sido por falta de materialidade do processo. "Todo poder deve ter uma forma de sofrer um controle", afirmou. "Se eu não tiver a cabeça no lugar, eu alopro". Federalização do caso Marielle O presidente também afirmou que "seria bom" federalizar as investigações sobre o assassinato da ex-vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ), mas que a medida seria "indicativo de que querem me blindar com a Polícia Federal".
Eleição em SP
Bolsonaro disse ainda não ter compromisso com ninguém na eleição para a prefeitura de São Paulo, mas afirmou ter boa relação e estar conversando com o apresentador José Luiz Datena. O presidente declarou que não prometeu apoio ao deputado federal Marco Feliciano a prefeito de São Paulo.
Aliança pelo Brasil
Bolsonaro voltou a afirmar que o partido Aliança pelo Brasil não deve sair papel a tempo das eleições municipais de 2020: "1% de chance". O presidente disse que defende candidaturas avulsas e que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), concordou em pautar no próximo ano a discussão sobre o voto impresso.
Guedes 'Patrão'
Questionado sobre questões econômicas e criação de novos tributos, Bolsonaro disse que o ministro da Economia, Paulo Guedes, "é o patrão", mas que a determinação é não ter novos impostos, apenas substituir os que já existem. O presidente sinalizou que deseja estender faixa de isenção de imposto de renda para R$ 3 mil reais. Provocação a jornalistas Bolsonaro disse que se controla ao falar com jornalistas e que a mídia o "provoca" para ter manchete. Ele disse que reflete sobre algumas declarações e que se arrepende, em alguns casos. Bolsonaro comparou a relação com a imprensa ao futebol e comparou, em tom irônico: "É igual futebol: ali na frente, de vez em quando, você mande seu colega para a ponta da praia (base da Marinha que teria sido usado como local de tortura na ditadura militar). Depois vai tomar uma tubaína com ele", afirmou.
Abraham Weintraub
Bolsonaro disse que Abraham Weintraub melhorou o Ministério da Educação ao assumir a pasta, mas revelou que fez cobranças sobre o comportamento espalhafatoso do ministro, como quando ele divulgou nas redes sociais um vídeo parodiando o filme "Cantando na Chuva" para dizer que estava "chovendo fake News". "Falta (a Weintraub) dar uma calibrada. Está fazendo uma de Bolsonaro quando deputado", disse Bolsonaro. Agência Estado
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