terça-feira, 28 de janeiro de 2020

Proporção de professores de inglês por aluno no Ceará é inferior à média nacional

No ano em que a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) estabelece como obrigatório o ensino da língua inglesa a partir do 6º ano, o Ceará apresenta uma média de 101 alunos por professor do idioma no Ensino Fundamental (EF). Apesar do número elevado, o resultado do Estado é inferior à média nacional cuja média é de 143 estudantes por docente da língua inglesa.

No Nordeste, o Ceará aparece em 2º lugar com o resultado que mais se aproxima da proporção aferida em escolas públicas de todo o Brasil, ficando atrás apenas do Maranhão, onde a média é de 98 alunos por professor de inglês. A pior proporção é de Pernambuco (PE), cujo estado acumula 391 estudantes para cada educador da disciplina.

As informações constam no estudo "Políticas públicas para o ensino de inglês" da organização internacional British Council. Para traçar o panorama, a instituição calculou a média de alunos por educador de línguas a partir de dados sobre o número de matrículas nas escolas públicas e a quantidade de professores de inglês no Estado.


Embora a BNCC não estipule um número ideal de estudantes por cada docente, a instituição do Reino Unido avalia que o resultado do Ceará pode indicar que o número de professores de inglês nos estados é insuficiente em relação à quantidade de alunos. 

A reportagem do Diário do Nordeste questionou ao Conselho Estadual da Educação (CEE) o número total de professores de inglês alocados em escolas municipais do Ceará, além da quantidade de instituições que ofertam a disciplina. A demanda, porém, não foi respondida. 

Professores 
Com base no Censo Escolar 2017, o estudo destaca que o Estado possui 43,3% de professores de inglês concursados ou efetivos e 56,8% em contrato temporário. Em linhas gerais, os educadores de todos os estados ouvidos na pesquisa apontaram como desafios para o ensino da língua: lotação das salas de aulas, sobrecarga, pouco tempo para planejamento e salários baixos. 

"Somados, esses fatores acarretam um sentimento de desvalorização profissional e do ensino da língua estrangeira", conclui o levantamento. Além da proporção de estudantes por docente, a pesquisa também analisou as propostas para o ensino do inglês nas escolas do Ceará. 

O estudo concluiu que o currículo local é voltado, sobretudo, para a estrutura gramatical da língua, o que reforça a carência de práticas com fundamentação mais aprofundada ou ampla para o ensino. 

Para o professor da rede municipal Clemilson Santos, no entanto, faltam recursos que auxiliem os alunos a absorverem os conteúdos da língua estrangeira. "Mais que só uma aula expositiva, a gente precisa de material audiovisual. E infelizmente, não tem", lamenta o professor reforçando que "nem livros suficientes têm para todos os alunos".                 Diário do Nordeste

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