Açudes da Bacia do Salgado têm apenas 15,8% da capacidade

Açude Lima Campos, em Icó. (Foto: TV Verdes Mares/Arquivo)

A sub-bacia hidrográfica do Rio Salgado, composta por 15 reservatórios, está com apenas 15,8% de sua capacidade preenchida. Destes, seis possuem volume inferior a 10%. Do total de 452.312.000 m³, é registrado atualmente o volume de 71.556.154 m³. No mesmo período do ano anterior, o abastecimento na sub-bacia estava em torno de 19%. As informações são da Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh), responsável por monitorar os reservatórios na sub-bacia do Salgado, composta por 23 municípios.

Recém-apresentado, o prognóstico da Fundação Cearense de Meteorologia (Funceme) aponta que, entre fevereiro e abril, há 45% de chance de o Ceará receber chuvas acima da média. As chances de ficarem em torno da média são de 35% e, abaixo, 20%. Conforme apresenta o Portal Hidrológico do Ceará, seis açudes da sub-bacia do Salgado estão, neste início de ano, com volume inferior a 10% da capacidade total: o Açude Cachoeira (Aurora) apresenta 6,38%; Jenipapeiro II (Baixio) está com 0,16%; Junco (Granjeiro) com 1,45%; Lima Campos (Icó) possui 3,01%; Manoel Balbino (Juazeiro do Norte) tem 5,32%; e São Domingos II (Caririaçu) com 2,45%.

O analista em Gestão dos Recursos Hídricos da Cogerh, Rafael Landim, explica que o Açude Cachoeira é voltado ao abastecimento da sede municipal de Aurora e de algumas localidades da zona rural. Com o volume atual, pode abastecer o Município, sem eventuais aportes, até dezembro de 2020. O Jenipapeiro II é utilizado em conjunto com uma bateria de poços para abastecer os municípios de Ipaumirim, Baixio e Umari. Atualmente, o Açude Lima Campos atende exclusivamente a sede do Município de Icó, que contou com ações de perfuração de poços na zona rural e bombeamento do Açude Orós para acúmulo de água. Devido ao baixo volume no açude São Domingos II, o açude Manoel Balbino está abastecendo exclusivamente o município de Caririaçu, através de adutora, o que garante abastecimento, sem contabilizar com eventuais aportes, até fevereiro de 2021.

Sobre a passagem da quadra chuvosa, Rafael diz que, por trabalharem com recursos hídricos em uma região semiárida, há a necessidade de serem pragmáticos e trabalharem com o que têm no momento. “Assim, só após a passagem da quadra chuvosa e de discutir com o Comitê de Bacia Hidrográfica, haverá reuniões de alocação para definir como cada reservatório pode ser utilizado”, finaliza.

Jornal do Cariri