terça-feira, 25 de fevereiro de 2020

Bloco 'Os Goteiras' leva bonecos gigantes para as ruas de Barbalha

Bloco percorre ruas da cidade de Barbalha. (Fotos: Antonio Rodrigues)
Há 24 anos, entre as ruas Padre Antônio Jatahy e Padre Correia, no bairro do Rosário, em Barbalha,  concentra-se o bloco de rua mais popular do Cariri. De uma roda de samba formado por boêmios que se encontravam no bar do Samuel, nasceu "Os Goteiras", que desfilou na cidade, nesta terça-feira (25) de carnaval. Acompanhado de quatro bonecos gigantes e a frevioca dos Batutas do Rosário, o tradicional bloco atrai pessoas de todas as idades.

A ideia surgiu em 1996, quando este grupo de jovens se via na terça-feira ociosa de carnaval, aguardando o desfile das escolas de samba campeãs do município, atração do último dia de festa, mas que acontece só à noite. Para preencher essa 'lacuna', se vestiram com sacola de açúcar e desceram as ladeiras de Barbalha sem nenhuma pretensão, cantando marchinhas tradicionais.


Hoje,  'Os Goteiras' reúne cerca de 300 pessoas do bairro do Rosário e aglomera outras dezenas pelas ruas do Centro da cidade. Comandado pelo frevo, o grupo possui mais 18 marchinhas originais que já caíram na boca do povo.


Presidente e um dos fundadores do bloco, Israel Wagner explica que o “goteira”, na gíria popular barbalhense, é aquela pessoa que bebe de graça. "Aquele camarada que anda de bar em bar, pedindo uma dose, aperreando as pessoas para tomar uma cachaça. Toda cidade tem goteira", enfatiza.


A marchinha inaugural do bloco foi criada pelo boêmio e figura emblemática do carnaval barbalhense Francisco Pereira de Oliveira, o popular Fanequim – um dos fundadores da escola de samba Unidos do Morro, representante do bairro do Rosário. A música homenageia um morador da comunidade que gritava como o personagem Tarzan, quando acordava. "Tudo isso acontece porque o bairro do Rosário é o corredor cultural. Aqui estão os grandes ritmistas, músicos, sambistas do Cariri", ressalta o mecânico Nilo Júnior, presidente da Unidos do Morro.

Artista plástico responsável pela confecção dos bonecos, Cícero de Rex conta que a fabricação, no início, acontecia de forma artesanal. "Aí depois fomos nos aperfeiçoando. Houve uma oficina aqui em Barbalha. O trabalho ficou mais fácil, mais caricaturado", acredita. Todo ano, um morador do bairro do Rosário é homenageado. Neste 2020, a escolhida foi dona Márcia, antiga vendedora de doces. Chacrinha também foi lembrado. Os outros dois representavam os foliões. Diário do Nordeste

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