A Universidade Federal do Cariri (UFCA) comunica à sociedade que o exame para o novo coronavírus feito por um servidor da instituição não encontrou Covid-19 na amostra cedida pelo paciente. O resultado foi divulgado às 16h desta quarta-feira, primeiro de abril, pela unidade de saúde onde o material foi coletado.
O servidor, de 37 anos, está bem disposto e assintomático. Já sem frequentar a Universidade desde o último dia 11 de março, sua quarentena vai continuar, dada a necessidade de distanciamento social de todos, não apenas de pessoas com sintomas. Seu aniversário de 38 anos será no próximo dia 8 de abril e os planos são de passar a data em casa.
O servidor começou a apresentar sintomas de gripe na terça-feira, 10 de março. No dia seguinte, ele espontaneamente optou por não ir à Universidade. A coleta para o teste foi feita na noite do último dia 13 de março de 2020, quando o servidor comunicou a Universidade sobre seu estado de saúde.
Todas as unidades da UFCA que funcionam no campus Juazeiro do Norte, onde o servidor trabalha, foram oficialmente comunicadas do resultado pelo Comitê Interno de Enfrentamento ao Covid-19 (Cieco-19/UFCA) minutos após sua divulgação. Apesar de não ter sido encontrado Covid-19 na amostra, o texto traz orientações sobre como agir após contato próximo com casos suspeitos.
De acordo com o Ministério da Saúde, contato próximo se caracteriza pelo contato físico direto (apertos de mão, abraços etc), contato desprotegido com secreção ou objetos não higienizados de pessoas sob suspeição e contato frente a frente ou permanência em ambiente fechado com pessoa sob suspeição por 15 minutos ou mais, a uma distância inferior a dois metros.
Assim, recomenda-se isolamento domiciliar de 14 dias a todos que mantiveram contato próximo com casos suspeitos ou confirmados e apresentarem sintomas, a contar do momento de contato.
“Simplesmente compartilhar a mesma sala não torna alguém contactante para Covid-19”, esclarece o médico perito da UFCA, Miguel Marx.
“Só tem que ir ao hospital quem realmente está com febre alta, acima de 37.8 graus, e sintomas respiratórios, como falta de ar importante, tosse importante. Pouco importa o exame, porque o tratamento é para os sintomas, não para Covid-19“, explica o médico cirurgião Sérgio de Araújo. A preocupação é que a corrida aos hospitais tanto dificulte o trabalho dos profissionais de saúde (que já estão mais expostos ao novo coronavírus) quanto impeça às pessoas com sintomas graves o acesso a atendimento médico. Os exames disponíveis, vale lembrar, são escassos na rede de saúde brasileira. Dada a escassez de insumos, a rede particular local suspendeu exames para Covid-19.
De acordo com os profissionais da área de saúde, não é mais possível garantir que, em qualquer lugar pelo qual se transite fora de casa, não haja pessoas infectadas com Covid-19 – daí a necessidade de distanciamento social de todos, não apenas de pessoas expostas. Assim, saídas de casa devem se resumir a ocasiões estritamente necessárias.
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