O projeto ‘Mães na Favela’, lançado nesta quinta-feira (2), beneficiará 10 mil mulheres no país, sendo 400 no Ceará, com bolsas de auxílio. O objetivo é minimizar os impactos da pandemia do novo coronavírus.
Serão beneficiadas mães solteiras, que tenham filhos com deficiência ou que morem com idosos. O cadastro das mulheres é feito por voluntários da Cufa, que percorrem as comunidades mapeando a população.
“É um projeto-piloto de transferência de renda, que é muito importante nesse momento. Nós vamos repassar uma bolsa de R$ 120 para cada uma. A pessoa vai baixar o aplicativo e receber o dinheiro na sua conta”, detalha o cearense Preto Zezé, presidente global da Cufa.
A ideia foi concebida pela Central Única das Favelas (Cufa), e será realizada em parceria com o Instituto Unibanco e a plataforma PicPay.
O Instituto Unibanco garantiu os valores a serem distribuídos durante os dois primeiros meses, e a ideia, segundo Zezé, é abrir uma conta para depósito e criar um fundo para que outras empresas possam passar a colaborar com o projeto. “Talvez seja possível ampliar, inclusive, tanto o número de mulheres beneficiadas quanto o número de meses para receberem o dinheiro”, diz.
Doações
Outras ações de apoio voltados à subsistência vêm sendo incentivadas entre as comunidades. Uma iniciativa que permite a doação de alimentos e materiais de higiene no momento das compras foi inaugurada nesta quarta-feira (1º). A proposta do projeto Carrinho Solidário permite que os doadores coloquem os itens dentro de carrinhos separados em unidades de supermercados parceiros, que serão destinados a pessoas em situação de vulnerabilidade social.
Os alimentos e itens de higiene deixados nos carrinhos serão recolhidos uma vez a cada semana por voluntários da Central Única das Favelas (Cufa) no Ceará - que também idealizou o projeto - e distribuídos entre moradores de comunidades de forma direcionada e de acordo com a necessidade, conforme explica Preto Zezé.
“Esses carrinhos vão estar nas lojas dos supermercados Pinheiro e Assaí, e a pessoa quando vai fazer compra ela aproveita, se quiser doar. É aproveitando o fluxo que já existe nessas lojas”, diz. As entregas são feitas nas 127 comunidades mapeadas pela Cufa Ceará.
Antes do lançamento do Carrinho Solidário, a Central já realizava a distribuição de alimentos doados entre as comunidades. Cerca de 400 voluntários atuam no processo.
Trabalho
A Central organizou, ainda, uma campanha para financiar outra ação, voltada às atividades remuneradas para moradores das comunidades. O projeto ‘Prata da Casa’ visa promover a contratação de serviços remotos, que podem ser realizados pelos moradores em casa, como reparo de roupas, sapatos, preparação de quentinhas e lavagem de carros.
“O vírus quebra a economia dessas pessoas. As pessoas estão na informalidade na favela, não tem consumo nem dinheiro circulando. A ideia é cadastrar essas pessoas. Elas fazem o serviço, passam por WhatsApp a conta bancária e quem solicitou o serviço paga. Vai ser uma espécie de classificados. Estamos montando o site pra isso”, afirma Zezé.
Já na próxima semana, deverá ser lançado também o sistema do “Consultório On-line da Favela”, outra iniciativa da Cufa que reúne médicos voluntários para dar orientações aos moradores de comunidades por meio de um aplicativo, que está sendo construído. Os médicos serão cadastrados no sistema de acordo com suas especialidades, e especificarão quantas horas por dia podem disponibilizar para esse serviço. G1 CE
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