quarta-feira, 1 de abril de 2020

Senado amplia 'coronavoucher' para motorista de aplicativo, taxista e homem chefe de família

Senado tem feito reunião por videoconferência. (Foto: Leopoldo Silva)
O Senado aprovou em sessão virtual na tarde desta quarta-feira (1º) a ampliação do auxílio financeiro para diversas categorias, como motoristas de táxi e de aplicativos de transporte, durante a pandemia do coronavírus.

Ao todo, 79 senadores votaram a favor da medida. Não houve votos contrários. A proposta ainda será analisada pela Câmara dos Deputados, antes de ir a sanção presidencial.

O projeto beneficia trabalhadores atingidos pelas consequências da pandemia do coronavírus, prevendo a todos um pagamento mínimo de R$ 600.

O texto foi aprovado, no entanto, antes de presidente Jair Bolsonaro sancionar a ajuda de R$ 600 para informais. Nesta quarta, ele afirmou que sancionaria o auxílio.

Essas categorias não haviam sido contempladas na primeira proposta, que já foi aprovada pelo Congresso e ainda aguarda sanção do presidente. 

O impacto adicional da medida pode chegar a R$ 13,9 bilhões aos cofres públicos. 

"Não estamos tratando de salário. Estamos tratando de um auxílio emergencial neste momento de pandemia", afirmou o senador Esperidião Amin (PP-SC), relator do projeto. 

Além destes grupos, também poderão se inscrever para receber os R$ 600 associados de cooperativas de catadores de materiais recicláveis e de agricultura familiar, além de pescadores artesanais, músicos e manicures, por exemplo. 

O texto permite ainda que homens chefes de família recebam o dobro do valor (R$ 1.200 mensais). 

Antes, apenas mulheres provedoras das famílias podiam acumular os valores. A proposta do senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) também permite que mães solteiras menores de 18 anos possam receber o benefício. 

"Estamos com isso garantindo uma renda mínima necessária para os trabalhadores deste país que estão passando por grandes dificuldades", alegou Amin. 

Pela proposta, também fica criado o Programa de Auxílio Emprego, que autoriza o Poder Executivo a pagar parte dos salários de trabalhadores (até o limite de três salários mínimos) para que eles não sejam demitidos no período seguinte à pandemia. 

A medida, contudo, depende de acordos firmados entre empregadores e empregados. 

Entenda o auxílio 
Voucher visa amenizar o impacto econômico provocado pela crise do novo coronavírus Qual era a proposta inicial do governo: 
- Auxílio mensal de R$ 200 mensais durante três meses para trabalhadores informais, desempregados e microempreendedores individuais que integrem família de baixa renda. 
- A medida alcançaria até 20 milhões de pessoas, com custo de R$ 15 bilhões ao Tesouro Nacional 

Como ficou: 
- R$ 600 ao mês por benefício 
- Valor pode subir a R$ 1.200 para mulher chefe de família 

Quem pode receber: 
- Microempreendedores individuais, contribuintes individuais, desempregados e trabalhadores informais inscritos no Cadastro Único até 20 de março 
- Demais terão que fazer autodeclaração em plataforma digital 
- O auxílio só será concedido àqueles que tiverem renda mensal per capita de até meio salário mínimo ou renda familiar até três salários mínimos 

Quem não pode receber: 
- Pessoas que recebem aposentadoria, seguro-desemprego ou são beneficiárias de outra ajuda do governo 
- Também não pode fazer parte de programa de transferência de renda federal, com exceção do Bolsa Família 

Como funciona: 
- Até dois membros da família terão direito ao auxílio 
- Se um deles receber o Bolsa Família, terá de optar pelo mais vantajoso 
- Mães solteiras receberão duas cotas 
- O benefício será pago por três meses 
- Estimativa de beneficiados: 54 milhões de pessoas 

Custo ao Tesouro: R$ 98 bilhões 
Cronograma ainda não foi oficializado. 
Ordem dos pagamentos: 1) Beneficiários do Bolsa Família devem receber a partir de 16 de abril. Ministério tenta antecipar para dia 10. 2) Pessoas com dados no Cadastro Único para programas sociais 3) Microempreendedores individuais e autônomos que contribuem ao INSS 4) Trabalhadores informais e desempregados fora da base de dados do governo 

Como será feito o repasse: - bancos federais, como Caixa Econômica, Banco do Brasil, Basa e BNB - lotéricas e Correios também darão suporte - governo pede para que pessoas não procurem as agências ainda - a forma de distribuição do voucher ainda está em desenvolvimento - governo trabalha para que não haja necessidade de deslocamento às agências ou lotéricas - para as pessoas fora da base de dados do governo, uma vez feita a autodeclaração, as informações serão validadas pelo Ministério da Cidadania que, então, vai liberar o pagamento - é possível que a Caixa envie os valores para o banco do declarante sem cobrar tarifa por isso, como ocorreu no saque do FGTS        Folhapress

Nenhum comentário:

Postar um comentário