A população de lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais, transgêneros e todas as diversidades está entre as mais vulneráveis ao desemprego e depressão, devido aos impactos do isolamento social durante a pandemia da Covid-19, segundo um estudo realizado pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e Unicamp. É pensando nisso que a ativista Brendha Vlazack iniciou, nesta sexta-feira (29), a campanha “Um coração solidário de todas as cores” para ajudar pessoas LGBTI+ em vulnerabilidade social de Juazeiro do Norte, na região do Cariri.
A ideia é arrecadar e distribuir alimentos, produtos de higiene pessoal, máscaras e álcool em gel 70% para a população LGBTI+ e seus familiares. “Como pertenço a população LGBT, sei que nesse tempo de pandemia, estas pessoas, já presentes no índice de desemprego, se encontram em uma vulnerabilidade ainda maior”, enfatiza a idealizadora.
Brendha Vlazack destacou ainda que a ação não tem prazo para ser conclúida. "A campanha começa na semana do meu aniversário, e se estende até quando houver abençoados e solidários, ou seja, enquanto pessoas, empresas, autoridades e sociedade civil possam ajudar nessa ação solidária”.
Os interessados em apoiar podem fazer sua doação na Rua Monsenhor Esmeraldo, 12, bairro Franciscanos, em Juazeiro do Norte. Caso a contribuição seja em dinheiro pode fazer a entrega em espécie, depósito ou transferência na conta do Bradesco em nome de Brendha Alves Feitosa; Agência: 0456-1; Conta corrente: 0351462-5. Mais informações pelo telefone (88) 99750 5056.
Vulnerabilidade
A pesquisa da UFMG e Unicamp, que entrevistou dez mil brasileiros, revelou que 21,6% dos LGBTs entrevistados estão desempregados durante a pandemia, sendo o índice total no Brasil é de 12,2%, segundo o IBGE (2018). Do total de pessoas abordadas, 44% das lésbicas; 34% dos gays; 47% das pessoas bissexuais e pansexuais; e 42% das transexuais temem sofrer algum problema de saúde mental durante o período de isolamento social.
Apoio
Em Juazeiro do Norte, será instalado o primeiro Centro de Referência LGBT do Interior do Estado, que prestará serviço de proteção e defesa da população de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais em situação de violência e/ou violação, omissão de direitos motivados pela questão da orientação sexual e/ou identidade de gênero. Trabalho semelhante já acontece em Fortaleza e outras sete cidades do Brasil.
A ideia é integrar atividades com o Núcleo de Diversidade e Gênero, que Brenda faz parte, e o Conselho Municipal dos Direitos LGBT, que já possuem um trabalho consolidado nas ações afirmativas promovidas no Município. “É um marco na história de Juazeiro do Norte. É mais um passo para que toda a população LGBT tenha oportunidades de educação, de emprego, de saúde e liberdade. Estamos felizes com essa conquista”, definiu a ativista. Diário do Nordeste
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