(Foto: José Leomar) |
Após demonstrar sinais de recuperação dos níveis de atividade, capacidade de operação e empregos em junho, empresários da construção civil no Estado estão otimistas quanto ao desempenho do setor no segundo semestre. Mas o resultado deste mês será decisivo para confirmar a tendência registrada pela Sondagem da Construção, divulgada ontem (29) pela Federação das Indústrias do Ceará (Fiec).
"O mês de julho vai ser crucial para ver o aquecimento da demanda com a retomada das outras atividades", aponta David Coelho, pesquisador e economista do Observatório da Indústria da Fiec.
Na passagem de maio para junho, o número de empregados na construção cearense apresentou o primeiro resultado positivo desde fevereiro, saltando de 41,7 pontos a 51,4. No País, o índice voltou a sofrer retração e marcou 43,4 pontos. A metodologia considera uma escala de 0 a 100, em que os 50 pontos marcam uma linha divisória entre confiança e falta de confiança.
"A expectativa é que as contratações aumentem, já que houve muitas demissões com a paralisação das atividades", destaca Coelho.
Voltou ao nível pré-pandemia o índice Utilização da Capacidade de Operação (UCO), que atingiu 70% no Ceará, uma alta de 19% comparado ao mês anterior. O índice de nível de atividade efetivo-usual, por sua vez, que indica o quão aquecida está a atividade da indústria da construção, marcou 27,7 pontos, 23,6 pontos a mais que em maio, ainda abaixo do pré-pandemia.
Já o indicador que calcula o nível de atividade do setor avançou de 8,7 pontos em maio para 45 pontos em junho - mesmo sendo um cenário negativo, ocorreu uma desaceleração na queda do índice.
"Apesar de ainda não estar no nível pré-pandemia, o nível de atividade já apresentou uma recuperação. Isso indica que as empresas de construção tiveram uma readequação de sua capacidade", comenta.
Indefinições
O pesquisador pondera, entretanto, que não haverá retomada total do setor no segundo semestre e que o cenário ainda é de muitas incertezas. "A perspectiva desse momento também traz um de aumento das incertezas, de como vai ser a retomada do consumo e dos investimentos".
A intenção dos empresários do setor em aplicar recursos, inclusive, apesar de ter crescido a 44,4 pontos em junho, ainda está em um cenário pessimista.
"A perspectiva é que programas que podem auxiliar essa retomada do setor, a nível estadual e federal, estarão comprometidos pelo maior gasto fiscal e a menor arrecadação, devido à paralisação de várias atividades", diz.
Lançamentos
Confirmando a perspectiva otimista, o presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Ceará (Sinduscon-CE), Patriolino Dias, prevê o lançamento de novos empreendimentos ainda neste semestre. Ele ressalta que, com a queda da Selic para 2,25% ao ano e a permanência das pessoas em casa, o desejo de adquirir imóveis foi elevado.
"Quando você diminui os juros, a parcela diminui, nisso você insere várias famílias que tinham o sonho da casa própria. A taxa de juros baixa, faz todo o sentido o mercado imobiliário e por isso estamos otimistas", aponta. Diário do Nordeste
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