domingo, 2 de agosto de 2020

180 instituições de educação básica e ensino superior encerraram atividades no Ceará, diz Sindicato

(Foto: José Leomar)
Um levantamento realizado pelo Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino do Ceará (Sinepe-CE) aponta que 180 escolas de educação básica e instituições de ensino superior da rede privada encerraram atividades durante a pandemia do novo coronavírus no Estado.

Além disso, considerando os mesmos setores educacionais, 34% dos profissionais integrantes dessa cadeia – englobando professores, funcionários administrativos, serviços gerais, entre outros – foram demitidos devido ao nebuloso quadro de crise pandêmica.

Não à toa, diante do anúncio da previsão de retorno das aulas presenciais no Ceará para setembro – conforme informou o Governador Camilo Santana durante transmissão ao vivo no último sábado (1º) – o Sinepe se posicionou contra a decisão do gestor.

Presidente da entidade no Estado, Andréa Nogueira afirma que a notícia foi recebida com indignação pelo Sindicato, uma vez que, segundo ela, as escolas da rede privada de ensino estavam preparadas desde o dia 20 de julho para a retomada das aulas presenciais.

“Todas estavam com seus protocolos prontos, além dos investimentos realizados, como compras de materiais e treinamento de funcionários. Soma-se a isso o prejuízo educacional dos alunos e dos pais que já voltaram aos trabalhos e não têm com quem deixar os filhos”, detalha. 

Ela situa que o Governo do Estado já possui condições de autorizar a retomada das aulas presenciais nas escolas do Ensino Básico e do Superior, e que a negativa a esse retorno acarreta grandes impactos no setor, a exemplo do encerramento das atividades de colégios de Educação Infantil e creche. 

“Com o retorno apenas em setembro, aumentam os cancelamentos de rescisão de contratos junto à escola e a inadimplência escolar. Destaco também que os alunos do ensino superior estão inseguros em relação às suas matrículas, e os professores começam a se preocupar com a formação dos futuros profissionais, uma vez que não podem oportunizar aulas práticas aos estudantes”, enumera. 

Demissões 
Outro efeito decorrente da medida governamental presente na fala de Andréa diz respeito ao grande volume de demissões de funcionários, professores, colaboradores e fornecedores das instituições de ensino da rede privada. A gestora diz que não havia dúvida de que escolas e faculdades encerrariam atividades durante esse momento. “Como manter uma estrutura de ensino em pé se ela está impedida de funcionar?”, questiona. 

“Diariamente temos recebido diretores que não sabem mais o que fazer, tendo em vista a crise econômica que estão enfrentando. O que tememos é que, por estarem em situação-limite, muitas outras instituições educacionais tenham que fechar suas portas. Todas as medidas emergenciais foram utilizadas e já se esgotaram e o prazo que nos foi prometido para retomada não foi cumprido”, sublinha Andréa. 

A presidente da entidade também destaca que o sindicato buscará, junto ao Governo do Estado, solucionar um problema que é de toda a sociedade, buscando estar respaldado pela ciência e por especialistas no assunto. 

“Faz-se necessária a retomada das aulas presenciais e a faremos com responsabilidade. Segundo pesquisas internas, aproximadamente metade dos pais desejam e contam pela retomada urgente das aulas presenciais, pois se sentem prejudicados. As escolas continuarão em constante diálogo com os pais e nos comprometemos a solicitar uma data oficial da retomada, pois entendemos a educação como um direito fundamental”, conclui. 

Adiamento 
Em pronunciamento no sábado (1), o governador Camilo Santana considerou que ainda não é o momento para a liberação das aulas presenciais nas escolas públicas e particulares. A previsão é que, dependendo do cenário epidemiológico, as aulas retornem em setembro. “Aulas de escolas e universidades presenciais não ocorrerão ainda no mês de agosto. A previsão para a retomada das aulas, tanto privadas quanto públicas, está prevista apenas para o mês de setembro. Durante todo o mês de agosto faremos reuniões para definir protocolos”, disse o governador. 

Durante o anúncio, o governador afirmou que os pais ou responsáveis poderão escolher pelo retorno das tarefas presenciais ou pela manutenção da metodologia remota. “Terão a garantia da continuidade do atendimento remoto", frisou. O prefeito Roberto Cláudio reforçou o alerta em relação à pandemia. "Até que haja uma vacina ou até que a imunidade da população seja elevada para que não haja transmissão comunitária, nós vamos ter que continuar convivendo com o risco do vírus", ponderou Roberto Cláudio.                    Diário do Nordeste

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