(Foto: Thiago Gadelha) |
No Ceará, 4.265.247 de habitantes estão concentrados em oito cidades, além da Capital. A parcela equivale a 46,8% dos 9.187.103 cearenses residentes, de acordo com a última estimativa da população residente, publicada em Diário Oficial da União nesta quinta-feira (27). O levantamento segue o apurado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) até 1° de julho.
Quinta maior cidade do País em população, Fortaleza, com 2.686.612 residentes, é a única cidade do Ceará a contabilizar mais de 1 milhão de residentes. Nenhum município cearense atingiu a marca de 500 mil habitantes. A população estimada pelo IBGE em Caucaia, em segundo na lista populacional da Ceará, é de 365.212 pessoas.
Seguem o ranking os municípios de Juazeiro do Norte (276.264), Maracanaú (229.458) ,Sobral (210.711), Crato (133.031), Itapipoca (130.539), Maranguape (130.346) e Iguatu (103.074). Dessa forma, quatro das cidades com maiores índices populacionais estão na Região Metropolitana de Fortaleza. As nove localizações são as únicas a contabilizar, no mínimo, 100 mil habitantes.
De acordo com o demógrafo Júlio Alfredo Racchumi, também professor da Universidade Federal do Ceará (UFC), existem fatores atrativos que explicam a concentração da população nos municípios listados, como os índices de educação, trabalho e saúde.
“Há alguns anos, nós tínhamos o processo de migração interestaduais. Entre grandes capitais também. Ultimamente, despontou o processo de migração interna. Caucaia e Maracanaú, por exemplo, são dois grandes pólos industriais, que crescem em consonância com a Capital, o que atrai a população, principalmente a do interior, mas não somente”, explica.
Do ponto de vista de estrutura educacional, o especialista ressalta cidades como Sobral, Juazeiro do Norte e Crato. “São municípios que têm já uma boa estrutura de educação, com institutos técnicos e universidades reconhecidas. São fatores relevantes para o futuro, para formar mão de obra qualificada, que é escassa no interior”, coloca Júlio.
O demógrafo ainda pontua sobre a influência do contexto sanitário do novo coronavírus nas cidades. “Há alguns dias estávamos preocupados com a questão dos índices da pandemia em Sobral. Porém, analisando profundamente, percebemos que a cidade atrai muitas pessoas de regiões próximas, que não possuem estrutura hospitalar para recebê-los”, diz.
RMF
Apesar do acúmulo, quando comparado ao restante do País, a Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), com acréscimo de 0,76%, está entre os agrupamentos metropolitanos que cresceram abaixo da média brasileira, que aumentou 0,85% em relação ao ano passado. Além dos arredores da capital cearense, as zonas em São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Recife e Salvador também tiveram incremento abaixo do brasileiro.
Ainda de acordo com a nota técnica, é possível observar que o crescimento do município sede da Região, na maioria dos casos nacionais, foi menor do que o verificado no restante da RM. A mesma tabela aponta que o crescimento em Fortaleza, cidade principal da RMF, foi de 0,65% em relação a 2019.
Para o demógrafo, a explicação para um crescimento da RMF abaixo da média pode estar na migração pendular, aquela feita apenas “por hora”. “Muita gente que sai de um município para o outro para estudar ou trabalhar, diariamente”.
No Brasil, são 28 Regiões Metropolitanas. Pela primeira vez, em 2020, a soma da população nas áreas ultrapassou a casa dos 100 milhões de habitantes, de acordo com o IBGE.
Menores
Boa parte dos municípios cearenses, projeta o Instituto, tem população inferior a 20 mil habitantes. Ao todo, são 80 cidades que estão abaixo da marca no Estado, o que corresponde a 43,8% dos municípios no Ceará. A soma da população nesses locais equivalem a 11,4% dos cearenses, o que corresponde a 1 milhão de habitantes.
Granjeiro, na Região Sul do Estado, permanece como o menor município em relação ao número de habitantes. Segundo a projeção do IBGE, são, pelo menos, 4.814 granjeirenses em 2020. A cidade e Guaramiranga (com 5.132 residentes, segundo o levantamento) são os únicos municípios cearenses a ficarem abaixo de 6 mil residentes.
O IBGE aponta outros 12 municípios como os menores do Ceará, uma vez que o número de moradores não ultrapassam a marca dos 8 mil habitantes. Além de Granjeiro e Guaramiranga, compõem a lista as cidades de Baixio (6.303), Potiretama (6.437), Pacujá (6.549), Ereré (7.225), Antonina do Norte (7.378), São João do Jaguaribe (7.601), Altaneira (7.650), Senador Sá (7.691), General Sampaio (7.694), Umari (7.736), Arneiroz (7.844) e Itaiçaba (7.866). Fonte: Diário do Nordeste
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