quarta-feira, 28 de outubro de 2020

Projeto de pesquisa da UFCA desenvolve bioplástico a partir de resíduos de cascas de cebola

A maçã à esquerda estava sem a proteção do do bioplástico, enquanto que a maçã à direita estava protegida com o bioplástico (Foto: Allana Lima)

Diminuir o impacto de sacolas plásticas no meio ambiente a partir do uso de embalagens biodegradáveis é a proposta do projeto de pesquisa da Universidade Federal do Cariri (UFCA), que está produzindo bioplásticos para embalagens sustentáveis a partir de resíduos vegetais.


A iniciativa do projeto é das professoras do Centro de Ciências e Tecnologia (CCT/UFCA), Allana Lima e Ledjane Sobrinho, além da participação dos bolsistas Fagner Rodrigues, Magno Silva e Anderson Zhong Fan.


Os resíduos vegetais utilizados nos experimentos são os de cascas de cebola. A ideia de adotar esse item para desenvolver o bioplástico surgiu pelo fato das cascas de cebola, além de geralmente serem descartadas após o preparo das refeições, possuem características antioxidante e antiinflamatória. A casca da cebola também possui quercetina, um composto que normalmente se acumula em plantas com peles e cascas, funcionando como uma “armadura” contra agressões ambientais. As propriedades naturais favoráveis das cascas de cebola trazem benefícios socioeconômicos ao agregar funcionalidade ao bioplástico, como o aumento da conservação, que, protegendo os alimentos por embalagens ecológicas, resulta na diminuição da produção de lixo orgânico.


A professora e pesquisadora Allana Lima acredita na importância de investigar soluções sustentáveis para o uso de recursos naturais na contemporaneidade. Ela afirma que uma forma de combater o problema do impacto do uso de plásticos é desenvolvendo bioplásticos que agridam menos o meio ambiente. O bioplástico produzido pelo projeto é feito a partir de fontes renováveis e são biodegradáveis. 

 

Riscos dos plásticos ao meio ambiente

Segundo a WWF Brasil, o Brasil produz cerca de 87,6 milhões de toneladas de lixo por ano. Delas, 11,4 milhões de toneladas representam apenas o descarte de plástico, que pode levar até 400 anos para se decompor. Para se ter uma ideia da dimensão do problema, a pesquisa mostra que, até 2030, serão lançados ao mar o equivalente a 26 mil garrafas de plástico para cada quilômetro quadrado (km2). 

 

Somada a isso, a emissão de gases provenientes desses detritos trazem problemas ambientais sérios que, com o passar dos anos, dificultam ainda mais a possibilidade de reversão.


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