segunda-feira, 30 de novembro de 2020

Nas capitais, centro avança, e PT fica sem eleger prefeitos pela primeira vez desde 1985


A eleição municipal de 2020 exibiu a força de partidos de centro e centro-direita na maioria das capitais do País, com um segundo turno de poucas vitórias da esquerda e de candidatos bolsonaristas.


O PT, que ainda concorria no Recife e em Vitória, foi derrotado em ambas as cidades. Pela primeira vez desde 1985, quando Maria Luiza Fontenele saiu vitoriosa em Fortaleza, o partido não elegeu prefeitos em capitais.


Nesses dois centros, venceram respectivamente João Campos (PSB), na disputa contra Marília Arraes, e Delegado Pazolini (Republicanos), ante João Coser.


Em Porto Alegre, Manuela d'Ávila (PC do B) perdeu para o ex-vice-prefeito Sebastião Melo (MDB). 

 

A vitória mais expressiva da esquerda aconteceu em Belém, com o ex-prefeito Edmilson Rodrigues (PSOL) vencendo o Delegado Federal Eguchi (Patriota), que fez uma campanha em defesa dos valores promovidos pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido). 

 

Também foi derrotado Marcelo Crivella (Republicanos) no Rio, que havia recebido o apoio do presidente. 

 

A vitória de um candidato apoiado por Bolsonaro aconteceu em Rio Branco, onde o ex-prefeito de Acrelândia (AC) Tião Bocalom (PP) derrotou a prefeita Socorro Neri (PSB). Pazolini, que venceu em Vitória, também é alinhado ao discurso bolsonarista, mas passou a campanha tentando se descolar do rótulo.

 

Poucas surpresas 

A disputa deste domingo (29) em 18 capitais foi de poucas surpresas, com a virada de candidatos que estavam em segundo lugar e acabaram vencendo a eleição apenas em Manaus, com David Almeida (Avante), e em Cuiabá, com a reeleição do atual prefeito Emanuel Pinheiro (MDB). 

 

No saldo de primeiro e de segundo turno, o MDB levou cinco capitais e o DEM e PSDB, quatro cada um. 

 

Esse número representa uma derrota para o PSDB, que havia liderado a disputa nas capitais em 2016, com sete prefeitos eleitos. Os tucanos conseguiram, no entanto, reeleger Bruno Covas na maior cidade do país e mantêm hegemonia no estado de São Paulo. 

 

Além de Covas, o partido reelegeu Hildon Chaves em Porto Velho no segundo turno. Perdeu, contudo, em Teresina, cidade onde o partido vence as eleições municipais desde 1992. 

 

O DEM ainda pode empatar com o MDB na liderança das capitais caso Josiel, irmão do presidente do Senado Davi Alcolumbre (DEM-AP), vença em Macapá. Devido ao apagão, o primeiro turno na cidade acontecerá em 6 de dezembro. Seus principais concorrentes são Patrícia Ferraz (Podemos) e Dr. Furlan (Cidadania). 

 

O partido do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), saltou de apenas um eleito em 2016, o prefeito de Salvador ACM Neto, para os atuais quatro nas capitais neste ano. Contribuiu para isso a filiação de prefeitos eleitos por outros partidos há quatro anos, como Rafael Greca em Curitiba (ex-PMN) e Gean Loureiro em Florianópolis (ex-MDB). 

 

Neste domingo, o DEM elegeu no Rio outro ex-emedebista, o ex-prefeito Eduardo Paes. 

 

Experiência 

O perfil dos políticos eleitos no segundo turno é de nomes tradicionais e que já têm experiência em mandatos eletivos. É o caso do ex-governador Cícero Lucena (PP) em João Pessoa e o deputado federal Eduardo Braide (Podemos) em São Luís.

 

Em Goiânia, venceu o ex-governador de Goiás Maguito Vilela (MDB), apesar de estar intubado em um hospital de São Paulo devido à Covid-19. 

 

Partidos de centro-esquerda tiveram bons resultados no Nordeste. Pelo PDT, venceram José Sarto em Fortaleza, que é o presidente da Assembleia Legislativa do Ceará apoiado pelo ex-governador Ciro Gomes (PDT), e o prefeito Edvaldo Nogueira em Aracaju. 

 

Além de João Campos no Recife, o deputado JHC foi eleito pelo PSB em Maceió.

Folhapress

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