segunda-feira, 28 de dezembro de 2020

Produtores de uva do Vale do São Francisco estão preocupados com surgimento de nova doença


Uma nova doença vem preocupando os produtores de uva do Vale do São Francisco. Pesquisadores da Embrapa Semiárido estão acompanhando um surto da podridão da uva madura nos parreirais da região. Está uma doença nova na região. No Brasil, os primeiros registros ocorreram na serra gaúcha, no início dos anos 2000.


Em 2015, técnicos da região norte do Paraná e São Paulo constataram a podridão em vinhedos dessas regiões. No Vale do São Francisco, os primeiros casos surgiram no início deste ano. As chuvas mais intensas e a alta umidade na época favoreceram a ocorrência do fungo. As informações são do G1 Petrolina.


“É uma doença nova na região, causada por um fungo chamado Glomerella Cingulata.O patógeno sobrevive de uma safra para outra nos restos culturais. Quais restos culturais? Os cachinhos mumificados que foram atacados na safra, que não foram colhidos e acabam ficando sob o solo”, explica o fitopatologista da Embrapa, Lucas Garrido. 

 

A doença causa lesões na uva. O fungo desidrata a baga. Em pouco tempo, a fruta murcha. Se não for combatida de forma adequada, a podridão da uva madura pode ocasionar perdas elevadas na produção. Na área cultivada pelo produtor Fábio Passos, a doença afetou a plantação de uva Vitória, variedade desenvolvida pela Embrapa, 100% brasileira, que conquistou o mercado externo. 

 

“Identificamos o problema de podridão da uva, agora no primeiro semestre, onde foi muito alta a incidência de chuva e a frequência de chuva, que foi acima do normal aqui da região. Isso nos alertou para analisar o problema e o pessoal a Embrapa foi contatado e eles estão dando suporte para a gente tentar entender um pouco mais”, afirma Fábio Passos.

 

Com a chegada do verão é preciso redobrar os cuidados. O tempo quente e chuvoso aumenta a incidência do fungo nas uvas de mesa. Para tentar combater a doença nos parreirais da região, a Embrapa Semiárido está orientando os produtores. Segundo os técnicos, é preciso agir rápido para impedir o avanço da doença na região. 

 

“Recomenda-se a retirada desses cachinhos mumificados, ao final da colheita. Também se recomenda a aplicações a partir do estado de floração, com fungicidas e ou produtos biológicos”, diz Lucas Garrido. 

 

O Vale do São Francisco é responsável por cerca de 98% de toda uva exportada no Brasil. Os produtores esperam superar mais esse desafio. 

 

“A Embrapa está aqui nos trazendo informações que são bastante importantes, para a gente conhecer o problema e atacar. Quando você sabe o que está fazendo e o que está sendo o problema da sua área, você consegue superar qualquer dificuldade de qualquer perda”, acredita Fábio.

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