Pensar sobre as liberdades e a democracia é também uma das funções do direito, uma vez que é a justiça que deve servir como um norteador de qualquer sociedade de sucesso. A liberdade é, como um dos princípios básicos da democracia, um dos temas mais recorrentes em debates.
Atualmente, é comum ver discursos extremistas - tanto de direita quanto de esquerda - usando a liberdade de expressão como argumentação. No entanto, se uma ideia afeta diretamente a liberdade de outras pessoas, ela também afeta a liberdade de expressão.
Em outras palavras: Nós devemos tolerar apenas aqueles que estejam dispostos a responder também com tolerância. Aceitar a disseminação de ideais extremistas é atuar contra a liberdade - não só de expressão, mas das liberdades básicas.
Nas palavras de Popper:
“Deveremos exigir que todo movimento que pregue a intolerância fique à margem da lei e que se considere criminosa qualquer incitação à intolerância e à perseguição, do mesmo modo que no caso da incitação ao homicídio, ao sequestro de crianças ou à revivescência do tráfego de escravos.”
É por isso que manifestações de intolerância, como o protesto nazista que ocorreu em 2017, na cidade de Charlottesville (Estados Unidos), não só não devem ser apoiadas pelo princípio da liberdade de expressão, como também devem ser subjulgadas por este.
Tudo isto poderia ser resumido em um ditado que nós, brasileiros, conhecemos bem: “sua liberdade termina quando começa a do outro”.
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