quinta-feira, 28 de janeiro de 2021

Cariri tem 21 cidades com transmissão “alta” ou “altíssima" do coronavírus; veja lista de municípios

(Foto: Natinho Rodrigues)

O Ceará permanece em alerta para Covid-19: 68,5% dos municípios está com nível elevado de alerta, registrando transmissão “alta” ou “altíssima”. São 126 das 184 cidades do Estado. Outros 50 municípios estão em situação “moderada”, enquanto apenas oito são considerados com baixa transmissão do coronavírus (Sars-Cov-2), agente transmissor da doença.


No caso dos municípios da região do Cariri, 21 estão com níveis alto ou altíssimo de transmissão (confira a lista no final da matéria).


As informações foram obtidas a partir do painel IntegraSUS nesta quinta-feira (28). A plataforma da Secretaria de Saúde do Ceará (Sesa) disponibiliza dados sobre a situação da pandemia em território cearense.


Em levantamento similar, também feito pelo Diário do Nordeste no último dia 20, o número de cidades com baixa transmissão reduziu de 15 na semana passada para 8 no cálculo feito nesta manhã. O acumulado de municípios com nível moderado também caiu entre os dois intervalos, descendo de 62 cidades na semana passada para 50 no levantamento atual.


Mais cidades em níveis altíssimo e alto 

Em contrapartida, a quantidade de cidades com níveis elevados cresceu: na semana passada, 47 foram caracterizadas como nível altíssimo e 41 com potencial alto. Nesta quinta, o número de municípios com nível altíssimo subiu para 62, enquanto 64 passaram a ser classificadas como nível alto. 

 

A situação é mais preocupante na superintendência de saúde do Litoral Leste. Todas as 20 cidades da área estão são consideradas de risco “alto” ou “altíssimo”.  O Cariri aparece em seguida, com contágio elevado em 33 das 45 cidades que compõem a região. Sobral indica uma marca similar: dos 55 municípios na região saúde, 33 estão com transmissão “alta” ou "altíssima". Dão seguimento às regiões de Fortaleza (28 de 44 cidades) e Sertão Central (12 de 20).

 

Segunda onda está se iniciando, diz infectologista 

O agravo acelerado da situação aponta um segundo momento da pandemia no Ceará, avalia o infectologista Roberto da Justa. “Nós não temos a intensidade que nós observamos na primeira onda, mas temos claramente uma segunda onda se iniciando. É fruto da flexibilização das medidas de isolamento, principalmente depois da campanha eleitoral e dos festejos de fim de ano. O vírus continua circulando e se aproveitou dessa flexibilização”, articula o especialista, professor da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará (UFC).

 

Apesar da ascensão ser preocupante, as consequências a longo prazo ainda são incertas. Tudo depende da resposta das autoridades de saúde e da adesão por parte da população às medidas sanitárias. 

 

“É muito imprevisível como essa segunda onda se comportará nas próximas semanas. No cenário mais pessimista, podemos ter uma nova elevação de casos e óbitos, o que não é desejado, porque vai sobrecarregar o sistema de saúde, principalmente o público”, projeta o infectologista, que recomenda “distanciamento, uso de máscara e lavagem das mãos” como principal prevenção contra o vírus.

 

Também professor da Faculdade de Medicina da UFC, o médico Jarbas Roriz Filho percebe na aceleração uma similaridade com a situação atual de países europeus, “sobretudo em Portugal". Ele projeta que "vamos passar por uma situação semelhante, com pressão na rede de saúde”, calcula o docente, membro da comissão de Imunização da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG). Por ora, o investimento deve ser direcionado para proteção dos grupos de risco e imunização, defende. 

 

“A campanha deve seguir enquanto a gente tiver doses. O problema é que a quantidade de vacinas é insuficiente para cobertura ideal. A imunização é uma medida de bloqueio epidemiológico, mas para ela ser eficiente ela precisa alcançar uma parte de cobertura alta. Vai diminuir a pressão no sistema de saúde e reduzir a mortalidade. Essa vacina que está sendo aplicada tem uma segunda dose”, complementa o especialista.

 

Confira a situação dos municípios caririenses: 

 

Nível baixo de transmissão: 

Brejo Santo 

 

Nível moderado de transmissão:

Granjeiro; Missão Velha; Nova Olinda; Salitre; Santana do Cariri. 

 

Nível alto de transmissão:

Abaiara; Aurora; Barbalha; Jati; Juazeiro do Norte; Lavras da Mangabeira; Mauriti; Milagres.

 

Nível altíssimo de transmissão 

Altaneira; Antonina do Norte; Araripe; Assaré; Barro; Campos Sales; Crato; Farias Brito; Jardim; Porteiras; Potengi; Tarrafas; Várzea Alegre.

Fonte: Diário do Nordeste

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