A reportagem apurou que o presidente do clube, Roberto Macedo, tem mantido contato com o prefeito de Barbalha, Guilherme Saraiva (PDT), na tentativa de garantir recursos para contornar as dificuldades. Segundo o advogado André Jorge Almeida, que falou em nome da diretoria da Raposa dos Verdes Canaviais, a crise passa por uma má gestão do antigo presidente, Lúcio Barão.
“O Barbalha no ano passado recebeu R$ 465 mil da Federação Cearense de Futebol por participação (no Cearense e na Copa do Brasil) e aí o Geisilúcio (Lúcio Barão, ex-presidente) , sem a validade do tesoureiro e sem passar os débitos para o conselho deliberativo, que era o núcleo duro, transferiu todo esse valor para o suposto diretor dele, ou seja, ele desviou sem comprovação dos gastos esses R$ 465 mil e deixou o Barbalha sem dinheiro nenhum.” disse André, que entrará com uma ação cível contra Lúcio Barão para recuperar o dinheiro que teria sido desviado.
Ainda segundo o advogado, a dificuldade aumenta por causa de pendências na Justiça do Trabalhista, o que bloqueia recursos oriundos de patrocinadores, por exemplo. Para ele, outra herança da antiga presidência.
“As duas ações trabalhistas que existem eram contratos que o Barbalha tinha com os jogadores Anderson e Michael, no qual o Barbalha não teria nenhuma responsabilidade trabalhista. Entretanto, Geisilúcio, enfim, os advogados que o representavam na época não apresentaram esse contrato junto à Justiça do Trabalho, além de não ter recorrido da sentença, não ter impugnado os valores e, consequentemente, o Barbalha foi condenado. Além de não ter apresentado a documentação, ele juntou no processo uma suposta rescisão de contrato com esses dois jogadores, só que essa rescisão foi questionada pelos jogadores porque tinha uma assinatura falsa. Essas duas assinaturas foram levadas para a Pefoce (Perícia Forense do Ceará) e lá foi atestado que realmente aquelas assinaturas eram falsas, o que aumentou a dívida.”
Lúcio Barão, que em 2020 chegou a ser banido e depois suspenso de suas atividades no esporte por 270 dias pelo Tribunal de Justiça Desportiva do Futebol no Estado do Ceará, se defendeu ressaltando o crescimento que o clube teve quando ele ainda era o presidente.
“Na minha gestão, nos três anos que eu estive lá, o time teve um crescimento meteórico. Saiu de uma terceira pra uma primeira (divisão cearense), pra uma Copa do Brasil e mantive o Barbalha três anos seguidos na primeira e os caras acharam que era um negócio bom, juntaram o Conselho Deliberativo e me tiraram. Então como é que eu desviei alguma coisa do Barbalha se quando eu peguei o Barbalha foi numa terceira divisão, nem uma bola pra treinar tinha e saí deixando o time na primeira, deixando renda e cota de TV? Se esse presidente e essa turma aí não é competente pra gerir um clube de futebol, renuncie todo mundo que eu assumo e o Barbalha volta a sorrir”, ironizou.
Apesar das dificuldades, a atual diretoria afirma que Barbalha não vai desistir do Campeonato Cearense 2021 e que os salários atrasados serão pagos. Quanto ao posicionamento dos atletas, eles já decidiram que só voltarão a treinar com os pagamentos em dia, “pois estamos aqui sem expectativa nenhuma de salário”, disse Wallace Marinho, capitão do time.
O próximo compromisso do Barbalha está marcado para sexta-feira (26), às 15h30, contra o Ferroviário, no Elzir Cabral. O jogo é válido pela 4ª rodada da Série A Cearense.
Fonte: Portal Torcida K
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