Foto: Alana Soares |
As fortes chuvas que vêm causando estragos e deixando milhares de desabrigados no sul da Bahia nas últimas semanas acendem um sinal de alerta sobre a necessidade de os governos tirarem do papel medidas de prevenção capazes de mitigar as intempéries provocadas de tempos em tempos pela natureza. No município do Crato, que há anos sofre com transbordamentos no canal do Rio Granjeiro durante a quadra chuvosa, pretende acelerar o projeto de construção de uma barragem de amortecimento no entorno da vala para facilitar o escoamento das águas e reduzir as chances de alagamentos.
A informação foi antecipada pelo prefeito José Ailton Brasil (PT) em entrevista à rádio CBN Cariri. Segundo o gestor, a obra deve custar cerca de R$ 6 milhões e já teve orçamento aprovado pelo Governo do Estado, que assumiu a responsabilidade do financiamento. O projeto executivo, que deve ser finalizado até o dia 15 de janeiro, inclui a construção de galerias, alargamento da estrutura do canal e a ampliação do nível da vazão.
“Os técnicos já estudam o prolongamento da área de escoamento da água até a avenida Thomaz Osterne, e a partir da ponte do Lameiro. Com isso, vamos aumentar a capacidade de 60 para 90 metros cúbicos. Teremos ainda duas galerias nas laterais, cada uma de cinco metros por um e meio, fazendo a vazão aumentar para 140 metros por minuto, praticamente o dobro da atual”, explicou o prefeito em conversa com o jornalista Farias Júnior.
Segundo Zé Ailton, o projeto vem sendo desenvolvido por pesquisadores da Universidade Federal do Ceará (UFC) em parceria com uma consultoria especializada em obras hidráulicas. “Assim que recebermos o estudo completo, já iremos agilizar o processo de licitação junto ao Governo do Estado para que possamos concluir toda a parte burocrática ainda n o primeiro trimestre de 2022”, acrescentou o gestor, frisando que essa será uma das obras mais importantes da história do Crato.
Construído em 1957, o canal do Rio Granjeiro corta um trecho de aproximadamente 4 km na Avenida José Alves de Figueiredo, centro comercial da cidade. Em períodos chuvosos, os constantes transbordamentos levam prejuízos a moradores e comerciantes, que têm suas casas e estabelecimentos invadidos pela forte correnteza em virtude do acúmulo das águas no leito do rio.
Ao longo das últimas décadas, as inundações causaram perdas que vão desde bens materiais a vidas humanas. As discussões em torno de possíveis soluções para o problema já se arrastam há anos no poder público. O último projeto havia sido apresentado em 2012, durante a gestão do então governador Cid Gomes, que chegou a anunciar orçamento de R$ 5,2 milhões para a obra. Assim como nas iniciativas anteriores, a proposta ficou apenas no campo das ideias.
Fonte: O Povo
Nenhum comentário:
Postar um comentário