quarta-feira, 27 de abril de 2022

PF abre procedimento para investigar disparo de arma de Milton Ribeiro

Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil


A Polícia Federal abriu um procedimento preliminar para investigar se o ex-ministro da Educação Milton Ribeiro cometeu crime ao disparar acidentalmente a arma que portava durante procedimento de embarque no aeroporto de Brasília nesta segunda-feira (25 de abril de 2022).

 

Após o ocorrido, Ribeiro foi ouvido pela PF. Nesta terça (26) outras duas pessoas que testemunharam o acidente prestaram depoimento, uma delas a funcionária da Gol Linhas Aéreas que foi atingida pelos estilhaços do disparo.


Além de ouvir pessoas que presenciaram o disparo, a PF vai analisar as câmeras do aeroporto e pedir informações ao Exército sobre a arma e liberação para porte do ex-ministro.

 

À PF, Ribeiro afirmou que abriu sua pasta de documentos para pegar sua arma e separá-la do carregador.

 

“O declarante com medo de expor sua arma de fogo publicamente no balcão, tentou desmuniciá-la dentro da pasta, ocasião em que ocorreu o disparo acidental”, diz trecho do depoimento.

 

Segundo o ex-ministro, o espaço dentro da pasta ficou “pequeno para manusear a arma”. O disparo, disse ele, perfurou o coldre onde estava a arma, a pasta e se espalhou no chão no aeroporto.

 

Ao desmuniciar a arma no balcão da companhia aérea, Ribeiro descumpriu uma norma da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) que prevê a retirada da munição antes do embarque.

 

A PF no aeroporto de Brasília possui um lugar específico para a retirada das munições da arma a ser transportada.

 

Procurada pela reportagem, a Anac informou que o “despacho de arma de fogo e munições em aeronaves de transporte aéreo regular somente pode ocorrer com a autorização da unidade da Polícia Federal presente no aeródromo”.

 

Segundo a agência, em casos de possíveis irregularidades poderão ser tomadas medidas administrativas em relação ao aeroporto e a companhia aérea.

 

“Os demais casos e envolvidos são de responsabilidade de outros órgãos públicos. A investigação fica a cargo da Polícia Federal e a Justiça determina as penas”, diz a Anac.

 

A PF também foi questionada sobre se o ex-ministro solicitou algum tipo de autorização para o transporte da arma, mas não respondeu até a publicação deste texto.

 

O Exército, por sua vez, disse em nota que “não teve acesso à documentação apresentada por ocasião da ocorrência, para que possam ser analisadas eventuais medidas aplicáveis ao caso”.

 

Fonte: O Tempo

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