Desaparecido há duas semanas durante romaria em Juazeiro do Norte, no interior no Ceará, o indígena alagoano Amaro Manoel dos Santos, de 75 anos, pegou um empréstimo bancário de R$ 6.600,00 poucos dias antes de viajar para a peregrinação. A informação foi confirmada ao g1 nesta terça-feira (27) por amigos que fazem buscas no interior cearense e temem que ele possa ter sido vítima de um assalto.
Amaro é indígena da Aldeia Wassu Cocal, da cidade de Joaquim Gomes. Um grupo de indígenas da mesma etnia está há dias no Ceará para auxiliar a polícia nas buscas, mas não teve sucesso.
Mucunã, que estava com Amaro durante a romaria, contou à reportagem que o intuito do romeiro era levar parte do dinheiro conseguido em empréstimo para gastar na viagem.
"Ele pegou esse dinheiro emprestado. Disse que guardaria em casa pouco mais de R$ 4 mil para arrumar o carro dele quando voltasse da viagem e que só levaria uns R$ 2 mil para Juazeiro. Esse dinheiro não foi encontrado na casa dele, então não sabemos se ele levou a quantia toda ou se levou o que disse que ia levar", afirmou.
Mucunã conta ainda que Amaro é um romeiro experiente e que é pequena a possibilidade de ele ter se perdido. "Apesar da idade, Amaro é lúcido, esteve muitas vezes em Juazeiro, não esperávamos que isso fosse acontecer".
Sem informações sobre o paradeiro do romeiro, as buscas feitas pelos indígenas da Wassu Cocal devem ser encerradas na quarta (28).
"Já fomos a todo lugar que você imaginar, inclusive, no IML. Não sabemos onde ele está, parece que foi tragado. Recebemos algumas pistas, mas sempre que chegamos ao local onde ele provavelmente foi visto, não encontramos nada", disse Mucunã.
O que aconteceu no dia do desaparecimento
No dia 11 de setembro, dia do desaparecimento, Amaro estava no meio da romaria quando disse a Mucunã e a filha que iria a um bar próximo de onde eles estavam para beber. No entanto, ele foi visto desviando do local e indo em outra direção. Alcançado pela filha, ele teria desaparecido no momento em que ela foi ao banheiro.
"Desde então não temos mais notícias. Uma mulher disse que um senhor parecido com ele bateu em sua porta e pediu água, e que ele estava em uma situação precária, mas não podemos afirmar que era ele. O que podemos dizer é que ele sumiu sem deixar pistas. Não sabemos se está vivo", disse Almir, outro indígena da Wassu Cocal.
Duas semanas após o sumiço, familiares e amigos aguardam por notícias de Amaro. "Queremos saber dele. A essa altura, estamos esperando notícias, ele estando vivo ou estando morto", afirmou Almir.
A peregrinação em Juazeiro do Norte é tradicional e já acontece há muitos anos no interior do Ceará, e costuma reunir milhares de devotos em longas caminhadas em celebração da fé.
Fonte: g1 AL
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