O Papa Francisco parabenizou, nesta quarta-feira (26), durante uma saudação a peregrinos na Praça São Pedro, no Vaticano, Benigna Cardoso da Silva, cearense beatificada na segunda-feira (24).
“Queridos irmãos e irmãs, anteontem, em Crato, no estado brasileiro do Ceará, foi beatificada Benigna Cardoso da Silva, uma jovem mártir que, seguindo a palavra de Deus, manteve pura a sua vida, defendendo a sua dignidade. O seu exemplo nos ajuda a ser generosos discípulos de Cristo. A vida do mundo depende do nosso testemunho coerente e alegre do Evangelho. Um aplauso à nova beata”, disse.
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A cerimônia que tornou a Menina Benigna a primeira beata do Ceará e a quarta mártir do Brasil ocorreu no município de Crato, no Cariri cearense, e foi presidida pelo cardeal Leonardo Steiner, que representou o Papa na celebração.
A governadora do Ceará, Izolda Cela, celebrou a menção do papa à beata cearense: "Papa Francisco, no auge de sua bondade e sabedoria, celebrou hoje a beatificação de menina Benigna. Merecidos aplausos para a mártir que agora tem sua trajetória reconhecida pelo Vaticano", disse.
Após a beatificação, Santana do Cariri, cidade de origem da beata, foi o primeiro município a receber a imagem de Benigna Cardoso da Silva para veneração. A entronização aconteceu na noite desta terça (25) após uma missa na igreja matriz da cidade.
A imagem, que possui um metro de altura, entrou na igreja após a missa. Ela foi benzida e levada em procissão até o local onde foi entronizada, em cima do túmulo da mártir Benigna. A partir de agora, ela pode ser venerada pelos fiéis.
Morte aos 13 anos
Benigna nasceu em 15 de outubro de 1928 no Sítio Oiti, em Santana do Cariri, no interior cearense. No dia 24 de outubro de 1941, foi assassinada aos 13 anos por Raul Alves com golpes de facão, ao recusar ter relações sexuais com ele, que morava no mesmo município.
Após a morte, a menina passou a ser venerada como mártir na região do Cariri e virou símbolo da resistência contra feminicídio e violência sexual contra crianças e adolescentes. A recusa da adolescente, junto a fé e devoção cristã, tornaram Benigna uma mártir, que move romarias até hoje.
O processo de beatificação de Benigna começou em 2013, quando a Diocese do Crato recebeu do Vaticano o "Nihil Obstat", ou seja, o "Nada Impede" para que se pudesse dar início à busca pelo título de beata.
Em 2019, o Papa Francisco reconheceu a história de Benigna. A solenidade de beatificação deveria ter ocorrido em outubro de 2020, mas devido à pandemia de Covid-19, o Vaticano adiou a data.
Fonte: g1 CE
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