De forma reservada, lideranças do Centrão já admitem que a chamada “PEC da transição” com a manutenção de R$ 600 do Auxílio Brasil para 2023 será aprovada.
Há o reconhecimento de que ficará muito difícil o Congresso explicar para o eleitorado caso o benefício seja reduzido para R$ 405, valor previsto para o Orçamento do próximo ano.
“Se aprovamos a PEC eleitoral para aumentar o benefício para esse ano, não há condições políticas para tirar esse valor em 2023. Ficaria muito ruim até mesmo para o presidente Bolsonaro, que prometeu a manutenção de R$ 600 para o Auxílio”, disse ao Blog do jornalista da Globo, Gerson Camarotti, um influente líder do Centrão.
Esse mesmo raciocínio é feito pela atual oposição que está conduzindo a transição no Legislativo. “Politicamente, não há como o Congresso derrubar o valor de R$ 600”, disse o deputado José Guimarães (PT-CE).
Nesta quinta-feira, a equipe de transição do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, acertou com o relator do Orçamento, senador Marcelo Castro (MDB-PI) a apresentação da “PEC da transição”. O argumento é que a PEC é necessária para evitar um apagão social. Mas a equipe de transição reconhece que durante a tramitação mudanças podem ser feitas.
Apesar do consenso que começa a ser criado em torno da PEC da transição, o PT já admite que o maior desafio será derrubar o teto de gastos no próximo ano, já com um novo Congresso. Essa foi uma bandeira de campanha de Lula durante a eleição. Mas haverá forte resistência da futura base bolsonarista no Legislativo.
Fonte: g1
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