A Prefeitura de Juazeiro do Norte, por meio das Secretarias de Educação e Infraestrutura, realizou nessa segunda-feira, 30, uma coletiva de imprensa, para tratar sobre a inviabilidade de funcionamento da Escola Municipal João Alencar de Figueiredo, no atual prédio.
A secretária de Educação, Pergentina Jardim, apresentou uma cronologia sobre as ações de monitoramento realizadas na unidade de ensino. De acordo com o documento, o equipamento, que pertence ao Estado, durante a atuação da administração anterior, em 2020, passou por uma manutenção predial, onde foram investidos cerca de R$1.458 milhão, sendo que, apenas aproximadamente 2,6% do orçamento foram utilizados para reforço estrutural.
As avaliações técnicas apontam a identificação de fragilidade estrutural no equipamento, sendo inviável a sua utilização. O secretário de Infraestrutura, José Maria Pontes, ressaltou que a garantia da segurança é a prioridade. "Após verificação por parte de nossa equipe de engenheiros junto à rede física da Seduc, foi indicada a paralisação do uso desse equipamento. As principais identificações mostram uma constante movimentação de terra, possivelmente oriunda da quadra invernosa. Essa movimentação causa inúmeras patologias, ocasionando risco à integridade da edificação ", explica.
O prefeito Glêdson Bezerra iniciou sua fala destacando a importância histórica da escola, e disse que a decisão de interdição do prédio se faz necessária por conta da evolução das fissuras e rachaduras, onde engenheiros e técnicos condenaram o equipamento. "Não vamos permitir que nossas crianças, professores, funcionários e toda comunidade escolar corram risco. Diante dessa necessidade, neste primeiro momento, buscamos a alternativa de realocar os estudantes do João Alencar em outras unidades de ensino do município, mas com o compromisso de construção de uma nova escola para a mesma comunidade". O prefeito ressaltou, ainda, que como o prédio não é do município e, em 2020, passou por uma reforma, onde foi investido um valor alto, não há hipótese de promover mais intervenções no mesmo espaço.
Na garantia de cumprimento do ano letivo, foi realizado um planejamento emergencial para suprir a situação, pensando em estratégias de atendimento aos estudantes, professores e servidores, nas dependências de três unidades escolares da própria rede municipal. O planejamento prevê que todas as turmas do 6° ano sejam atendidas pela Escola Demóstenes Ratts Barbosa - (Manhã e Tarde). Já as turmas do 7° e 8° ano serão acolhidas pela Escola Professora Iva Emídio Gondim, e as turmas do 9° ano serão redistribuídas na Escola Antônio Bezerra Monteiro.
A matrícula do João Alencar corresponde ao quantitativo de 1.100 alunos. Após verificação da equipe da Secretaria de Educação, não foi encontrado um equipamento que atendesse todo o público no mesmo espaço.
Alguns professores também participaram do encontro e evidenciaram que o prédio sempre apresentou problemas estruturais e que chegou a ser condenado, mas mesmo assim recebeu investimento. A Professora Isabel Vieira agradeceu pelo momento de diálogo e transparência para a construção de uma solução pensando, primeiramente, no aluno.
A secretária de Educação reforçou, ainda, que serão disponibilizadas rotas específicas do transporte escolar para os estudantes, bem como, para os professores que irão lecionar na unidade de ensino mais distante do prédio do João Alencar. "É uma situação que não é confortável para ninguém, mas é uma força tarefa no sentido de preservar a vida do nosso bem mais precioso que são nossos alunos".
A equipe da rede física e pedagógica da Seduc, o Núcleo Gestor da escola e o Presidente do Conselho Municipal de Educação, Marcondes Landim, também participaram da coletiva.
O retorno às aulas para os alunos matriculados no João Alencar não ocorrerá no próximo dia 1°. As famílias serão comunicadas pelo núcleo gestor sobre a definição de nova data, a ser divulgada em breve.
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